A economia do Japão sofreu uma contração de 3,2% no quarto trimestre de 2008 em relação ao trimestre anterior e 12,1% em relação ao mesmo trimestre de 2007, ficando um pouco abaixo do anunciado anteriormente, segundo dados oficiais publicados esta quinta-feira.
A primeira estimativa, publicada em 16 de fevereiro pelo governo, falava em uma queda do PIB de 12,7% ao ano e de 3,3% na comparação com o trimestre anterior. Mesmo revista, a contração da segunda economia mundial entre outubro e dezembro continua sendo a pior em 35 anos.
Este recuo do PIB no terceiro trimestre consecutivo foi o mais forte desde a queda de 13,1% ao ano (baixa de 3,4% em um trimestre) registrada no primeiro trimestre de 1974, em pleno choque do petróleo.
A revisão em leve alta pode ser explicada essencialmente por um aumento dos estoques nas empresas maior que o previsto, assim como por investimentos públicos maiores (alta de 0,1% em relação ao trimestre anterior, em vez de queda de 0,6%), explicou o governo.
A queda das exportações, além disso, foi um pouco menor do que a calculada inicialmente (-13,8% em vez de -13,9%).
Os investimentos privados foram, ao contrário, revistos em baixa (-5,4% em vez de -5,3%).
O consumo das famílias não foi revisto (-0,4%).
A maioria dos economistas não viu nenhuma surpresa nesta revisão do PIB. Segundo eles, as expectativas continuam sombrias para a economia japonesa que, grande dependente das exportações, é atingida em cheio pela forte redução da demanda em todo o mundo.
Com os estoques aumentando e os lucros caindo a uma velocidade alarmante, as empresas cortaram drasticamente seus investimentos. Vítimas das demissões ou das reduções de salários, e temerosos diante de um futuro incerto, os consumidores japoneses estão cada vez mais receosos de colocar a mão no bolso.
O governo japonês anunciou nos últimos meses dois planos de retomada de um valor total de quase 50 trilhões de ienes (415 bilhões de euros), e se prepara agora para um terceiro. Para o acumulado do ano 2008, o PIB japonês recuou 0,6%, seu pior resultado desde 1998 (-2,0%) e o primeiro negativo desde 1999 (-0,1%).