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Ébola ameaça seriamente a existência da Libéria

A existência nacional da Libéria está “seriamente ameaçada” pelo vírus mortal do Ébola, que está “a espalhar-se como fogo e devorar tudo no seu caminho”, disse o ministro da Defesa do país ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), esta terça-feira (9).

A Libéria é a nação do oeste africano mais atingida pela epidemia e provavelmente testemunhará milhares de casos novos nas próximas semanas, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) na segunda-feira.

Mais de mil pessoas já morreram da doença no solo liberiano. “A Libéria está a enfrentar uma ameaça séria à sua existência nacional. O vírus Ébola causou uma interrupção no funcionamento normal do nosso Estado”, declarou o ministro Brownie Samukai.

“Agora ele está a espalhar-se como fogo e devorar tudo no seu caminho. A infraestrutura já frágil do sistema de saúde do país foi sobrecarregada”, afirmou ele ao conselho de 15 membros, acrescentando que a reacção internacional inicial “não foi nada robusta”.

A enviada especial da ONU para a Libéria, Karin Landgren, disse ao conselho que pelo menos 160 agentes de saúde liberianos contraíram a doença e que metade morreu. Ela descreveu a disseminação do Ébola como “implacável” e alertou que os casos relatados e as mortes na Libéria “subestimam o verdadeiro fardo do Ébola”.

“A velocidade e a escala da perda de vidas, e as reverberações económicas, sociais, políticas e de segurança da crise estão a afectar a Libéria profundamente”, declarou ela.

“Os liberianos estão a lidar com a sua maior ameaça desde a guerra”, disse, referindo-se aos dois conflitos entre 1989 e 2003 que mataram cerca de 250 mil pessoas. A OMS informou, esta terça-feira, que registou 4.293 casos do Ébola em cinco países do oeste da África até 6 de Setembro e que ainda não tem novas cifras para a Libéria.

O surto começou em Março na Guiné e espalhou-se para Libéria, Serra Leoa, Nigéria e Senegal. Essa é a pior epidemia já registada desde que a doença foi identificada, na República Democrática do Congo, em 1976, matando 2.296 pessoas.

“É imperativo que a comunidade internacional passe a lidar seriamente com os efeitos humanitários, de saúde pública e de segurança deste surto”, afirmou a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power.

“Não acho que alguém possa dizer neste momento que a reacção internacional à epidemia do Ébola está a ser suficiente”, disse Power. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse planear uma reunião a respeito da resposta global à crise do Ébola nos bastidores da Assembleia Geral da entidade no final deste mês.

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