Cerca de 12 mil crianças, com deficiência auditiva, visual, física e mental, não têm acesso à educação inclusiva, ao longo do Corredor de Nacala, segundo indica um estudo recentemente efectuado pela Pawer Internacional, uma organização não governamental britânica, que opera na província de Nampula.
Segundo Feliciano Gama Cuambe, gestor do projecto “ Monitoria & Progresso”, a situação é agravada pela falta de pessoal especializado em matérias ligdas a assistência à pessoa portadora de deficiência.
Cuambe, disse que no passado a Pawer Internacional, realizou três estudos (um dos quais contou com a consultoria externa) em 60 escolas da capital provincial de Nampula e nos distritos de Monapo e Nacala-Porto, tendo constatado que várias infraestruturas escolares carecem ainda de recursos humanos e materiais para poderem assistir as crianças em situação de deficiência.
Para além das 10 mil crianças que se encontram integradas nas referidas escolas, a Pawer estima que outras centenas de menores encontram-se “escondidas em casa” pelos respectivos parentes.
Há muitos tabus à volta desta situação. As famílias têm uma percepção errada de que quando tem uma criança com deficiência quem deve investir na sua educação é apenas o Estado. E por isso os nossos grupos de advocacia estão orientados no sentido de mudar essa mentalidade. Disse Cuambe.
A fonte explicou, entretanto, que a sua organização está, neste momento, a desenvolver um trabalho de advocacia nas comunidades no sentido de persuadir a sociedade a “apoiar as crianças deficientes”.
Esta actividade consiste em convencer os pais a matricularem os filhos, independentemente do seu estado físico ou mental. Para garantir melhores resultados, a organização seleccionou apenas dez das sessenta escolas abrangidas pelo projecto para fazer acompanhamento directo das actividades realizadas, bem assim o nível de integração das crianças.
O que pretendemos é que a educação inclusiva seja uma realidade no nosso país. Anotou a nossa fonte Refira-se que o projecto “ Monitoria & Progresso” conta com financiamento do Banco Britânico de Desenvolvimento, através do Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil ( MARSC).
