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Dívida do Zimbabwe a HCB nunca ditará corte de energia

O Ministro moçambicano da Energia, Salvador Namburete, afasta para já um eventual corte de fornecimento de energia electrica da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) ao Zimbabwe como forma de pressionar este pais a liquidar a sua divida estimada em dezenas de milhões de dólares norteamericanos.

Em entrevista a AIM, Namburete disse que o fornecimento de energia ao Zimbabwe pela HCB constitui uma forma do Governo moçambicano ajudar aquele país “irmão” a recuperar-se da crise em que se encontra. Namburete frisou mesmo que, não obstante a divida de perto de 50 milhões de dólares da empresa zimbabweana de produção e distribuição de energia (ZESA) para com a HCB, a produtora moçambicana nunca cortaria o fornecimento de energia ao Zimbabwe.

“O Governo inclusivo do Zimbabwe precisa do nosso apoio”, disse Namburete, acrescentando que “há todo um esforço ao nível da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) no sentido de apoiar o Zimbabwe para recuperar a sua economia e, mais tarde, poder pagar as suas dividas com sustentabilidade”.

Mês passado, o Zimbabwe sofreu corte de fornecimento de energia devido a perturbações no sistema eléctrico da Zâmbia, de acordo com a justificação dada na altura. Na altura, alguma imprensa zimbabweana alegou que o corte devia-se a uma elevada divida de mais de 50 milhões de dólares da ZESA para com os seus fornecedores de energia, com destaque para a HCB.

Na entrevista à AIM, o Ministro da Energia disse que tal não constitui verdade porque, em Abril passado, o Governo zimbabweano enviou para Maputo o Ministro da Energia para negociar com a contraparte moçambicana a possibilidade de “conceder um espaço para o país (Zimbabwe) poder se reorganizar”. O Governo moçambicano respondeu positivamente a este pedido.

“Naturalmente, este é um apoio politico, mas as empresas (HCB e ZESA) tem que sentar e traduzir este apoio politico num instrumento concreto, com datas e outros detalhes, para permitir o acompanhamento e liquidação da divida”, disse Namburete. Esta não é a primeira vez que o Zimbabwe acumula uma elevada divida para com a produtora moçambicana.

Ano passado, a HCB chegou a cortar o fornecimento deste recurso por um período de 10 dias à ZESA por causa de uma divida de cerca de 30 milhões de dólares acumulada durante o ano anterior. Segundo o Ministro moçambicano, a ZESA chegou a liquidar na totalidade aquela divida. Assim, a actual divida foi sendo acumulada de lá para cá, sobretudo depois da crise económica e social instalada naquele país na sequência das eleições do ano passado.

Não obstante, Namburete considera que a venda de energia eléctrica ao Zimbabwe é lucrativa. “As tarifas são boas… só que há coisas que é preciso verificar… os prazos da divida”. Actualmente, o contrato da HCB e a ZESA estabelece o fornecimento de 200 megawatts de energia eléctrica ao Zimbabwe, mas a satisfação dessas necessidades nem sempre tem sido na íntegra por causa do mau funcionamento das linhas de transmissão existentes naquele país vizinho.

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