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Dilma vence eleição e será 1a presidente mulher do Brasil

Dilma vence eleição e será 1a presidente mulher do Brasil

Dilma Rousseff, candidata do Partido Trabalhista, confirmou o favoritismo apontado pelas pesquisas e foi eleita este domingo presidente da República, a primeira mulher escolhida para ocupar o cargo mais alto do Brasil. “Estou muito feliz, agradeço aos brasileiros e às brasileiras por esse momento e prometo honrar a confiança que depositaram em mim”, disse Dilma rapidamente a jornalista dentro do carro, antes de dirigir-se a um hotel em Brasília. Com 99,51 por cento da apuração concluída, Dilma tinha 56,00 por cento dos votos válidos contra 44,00 por cento de José Serra (PSDB), segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Escolhida pessoalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para disputar sua sucessão, a estreante em disputas eleitorais foi impulsionada pela altíssima popularidade do atual mandatário, beneficiado pelo bom momento econômico do Brasil e melhoria de vida de milhões de pessoas nos últimos oito anos. Na véspera da eleição, a candidata deixou claro que sabe muito bem quem merece a maior parte do crédito por sua vitória.

No seu último ato de campanha, em Belo Horizonte, sua terra natal, Dilma afirmou que “não há ninguém que vai me separar do presidente Lula”. E, para preocupação de alguns quanto ao grau de ingerência do presidente na próxima administração, completou: “Lula estará sempre presente no meu governo.”

Com um patamar de 80 por cento de popularidade e aprovação de governo, Lula conseguiu o que alguns analistas duvidavam, devido, entre outros motivos, à falta de carisma e de experiência eleitoral de Dilma. No ano passado, a então presidente do Chile, Michelle Bachelet, com patamares de popularidade de mais de 70 por cento, não conseguiu fazer seu sucessor. O ex-presidente Eduardo Frei, apoiado por ela, perdeu para o oposicionista Sebastián Piñera.

A vitória de Dilma, no entanto, acabou mostrando-se muito mais difícil do que indicavam as pesquisas, que ela liderou durante várias semanas com margem suficiente para vencer no primeiro turno. Mas a campanha petista não percebeu os estragos que estavam sendo causados na candidatura os boatos, rumores e mentiras que circulavam abundantemente na Internet. E, nos últimos dias antes do primeiro turno, o ataque aberto ao PT e a Dilma por lideranças católicas e evangélicas durante missas e cultos. Sem falar no crescimento de Marina Silva (PV), em parte pela questão religiosa, mas também pelo descontentamento com os escândalos de corrupção no governo Lula.

O golpe por não ter sido eleita no dia 3 fez com que Dilma começasse a campanha do segundo turno patinando. Já Serra, embalado por ter conseguido levar o jogo para o prolongamento, cresceu com força nos primeiros dias na nova etapa. Passado o impacto inicial, porém, somado a uma reação na batalha da Internet e na busca pelo voto religioso, a petista conseguiu equilibrar as coisas.

Como havia obtido no primeiro turno 46,9 por cento dos votos válidos, tinha tarefa bem mais simples do que Serra, que somara apenas 32,6 por cento. A neutralidade de Marina no segundo turno também acabou beneficiando mais Dilma, que já estava na frente. Ainda assim, ao contrário do primeiro turno, dessa vez a cautela guiou a campanha petista até a última hora, apesar da diferença nas pesquisas pró-Dilma vir se mantendo confortavelmente estável há dez dias.

Com a vitória de Dilma, o PT chega ao terceiro mandato consecutivo na Presidência da República. Nos últimos dias, Serra vinha apontando para a alternância de poder como uma das “belezas da democracia”. Não foi desta vez.

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