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Dificuldade de acesso a livros é problema na CPLP

A CPLP deve criar mecanismos que facilitem a circulação do livro entre os países que a integram. Esta é uma forma de potenciar o desenvolvimento mental e cultural da população lusófona, para melhor compreender o mundo em que está inserida. A opinião é do presidente do Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa (FBLP), Lourenço do Rosário.

Em entrevista à Angop, ele dise que o problema não é a produção bibliográfica, pois ela existe, mas possibilitar que um moçambicano, por exemplo, obtenha de forma direta uma obra angolana. Na mesma linha, considerou ser imperiosa a definição de uma política da língua. “Os países da comunidade ainda não conseguiram encontrar um denominador comum na questão da política da língua”, disse.

Explicou que países africanos, como Angola, Guiné e Moçambique, são multilingues e esse aspecto não tem sido devidamente cuidado, de modo a que haja um equilíbrio entre as políticas de língua oficial que estão consolidadas e as políticas sobre as línguas faladas nos países. “É preciso que se entenda que essas línguas não são contraditórias, nem de oposição, mas complementares”, frisou.

Lourenço do Rosário também disse que os dirigentes africanos preocuparam-se durante muito tempo com questões de sobrevivência política, pois aconteceram muitos conflitos, acabando por se esquecer, em certa medida, das questões de identidade cultural. “Outra grande preocupação dos nossos governantes é a questão do desenvolvimento econômico, a luta contra a fome e a pobreza, mas se esquecem que a cultura e o livro também podem ser armas de combate”, enfatizou. 

O presidente do Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa está em Angola para participar dos trabalhos que antecedem a VIII Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que acontece nesta sexta-feira, 23. O FBLP, organismo tutelado pelo gabinete do primeiro-ministro moçambicano, dedica-se à promoção de livros e à orientação de leituras para estudantes do nível básico, através da realização de feiras de livros nas escolas do país.

Criado em 1992, o FBLP é também responsável pelo principal Centro de Documentação de Moçambique, que já formou 92 bibliotecários, desde a fundação em 1998. O seu presidente, Lourenço do Rosário, é reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário, a maior instituição privada do ensino superior de Moçambique

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