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Diários dos X Jogos Africanos: aguardam-se os equipamentos desportivos

Com o aproximar do dia do início das competições dos X Jogos Africanos os atletas que já estão em Maputo vão procurando intensificar a sua preparação. Contudo a inexistência dos equipamentos desportivos nos locais dos Jogos, numa altura que faltam cinco dias para início, três em termos práticos pois o boxe e o voleibol de pavilhão começam a ser disputados no 1º dia do mês de Setembro, tem transtornado atletas nacionais e estrangeiros.

No estádio nacional do Zimpeto as velhinhas barreiras, transportadas do parque dos Continuadores, são disputadas por todos. Os atletas do martelo e do peso não podem treinar porque as gaiolas, necessárias para impedir que o lançamento na direcção errada fira alguém, ainda não estão no estádio. O colchão para o salto em altura, ou mesmo a vara não existe.  No pavilhão do Estrela Vermelha não há sinal dos ringues de boxe. Segundo o comité organizador dos Jogos todos estes equipamentos estão a chegar a Maputo, ou em processo de desalfandegamento, e apontam o dia 30 de Agosto como previsão para a sua colocação nos locais respectivos.

No que diz respeito às selecções nacionais, soma-se à estas dificuldades, a falta de equipamentos mais básicos como raquetes, sapatilhas, camisetes, calções oficiais, fatos de banho, luvas de boxe… Cada atleta vai treinando com o equipamento que trouxe de casa.

Pior que a inexistência dos equipamentos só mesmo o deficiente sistema de segurança encontrado para controlar os acessos a Vila Olímpica e ao estádio nacional. Entre notas escritas por agentes da Polícia da República de Moçambique e homens de um empresa de segurança, sobre o que cada visitante transporta, e revistas quase inúteis as filas de automóveis começam a aumentar à porta dos recintos. Vai-se contando com a boa vontade de quem declara, e não mente, sobre o que leva para dentro ou sai do estádio e/ou Vila.

Zonas de restauração nem para turista ver

Ao contrário dos planos iniciais do governo o mercado grossista do Zimpeto não foi retirado das proximidades da Vila Olímpica. Porém, como o próprio nome atesta, o mercado é grossista e qualquer tentativa de comprar uma simples esferográfica ou tomar um chá afigura-se complicada. Comer só mesmo nas barracas que populam a estrada nacional nº 1 porque as zonas de restauração no estádio não existem.

Se as projecções oficiais confirmarem-se, e milhares de turistas vierem assisitir aos Jogos, não vai ser fácil encontrar opções de lazer antes e após os Jogos. Terá sido mais uma oportunidade não aproveitada para dinamizar a nossa economia débil.

Por outro lado, como não existem lojas nem na Vila, nem no estádio ou mesmo nas proximidades onde se possa fazer compras legais – entenda-se legal compra da qual recebemos um recibo aceite pelas finanças – os nossos atletas tem que ir às barracas comprar “credito” para manterem-se contactáveis.

Há alguns meses atrás pouco mais de um milhar de telemóveis, com respectivos cartões, foram oferecidos ao Comité Organizador dos Jogos Africanos (COJA) no âmbito do patrocínio com uma empresa de telefonia móvel. Na altura ficou assente que este meios seriam alocados ao pessoal de apoio e organização mas também aos atletas e técnicos. Contudo até hoje os atletas e técnicos das selecções nacionais de Moçambique continuam a “bipar” ou a pagar do seu bolso as ligação telefónicas que precisam de fazer numa altura em que estão em estágio na Vila Olímpica.

 

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