A delegação da Renamo continua à espera da resposta do Presidente da República, Armando Guebuza, para dar continuidade ao diálogo político com o Governo, uma semana depois de a “Perdiz” ter revelado que o diálogo estava refém da resposta à carta submetida ao PR sobre a inclusão ou não de mediadores. Entretanto, a delegação governamental garante que a resposta já foi dada e esteve na “Sede de diálogo” a espera da sua delegação do partido de Afonso Dhlakama, que não se fez presente.
Esta segunda-feira (16), em conferência de imprensa, no Centro de Conferência Joaquim Chissano, local que se convencionou chamar “Sede de diálogo”, o chefe da delegação do Governo, José Pacheco, sem especificar a data, disse que a resposta solicitada pela Renamo para retornar à mesa das negociações já foi dada por escrito. Disse ainda que foi na sequência dessa resposta que a Renamo, supostamente, teria solicitado o encontro com o Governo, ao qual não compareceu.
“Surpreende a falta de comparência da Renamo, hoje, pois foi ela própria que propôs uma sessão em série, três por semana”, disse Pacheco acrescentando que o Governo continuará a fazer-se presente no CCJC até que a “Perdiz” manifeste por escrito o abandono do diálogo.
“Em relação aos mediadores, facilitadores e observadores temos que decidir juntos com a Renamo (…). Esse assunto é doméstico e assim sendo há espaço para observadores nacionais”.
Por seu turno, a Renamo também em conferência de imprensa, na sua sede em Maputo, garantiu não ter recebido nenhuma resposta da carta enviada ao Governo relativamente à indicação de possíveis nomes de mediadores, daí que continua à espera que o PR responda com urgência.
“Em nenhum momento nós recebemos esta carta, onde o Governo dissesse que está à espera da Renamo para discutir as questões de observação e mediação. Se tivéssemos recebido esta carta já estaríamos a discutir. Se o Governo falou isso esperamos que a mesma chegue a nós”.
A carta da qual a Perdiz espera resposta foi envida à Presidência, no dia seis do corrente mês, em resposta a um ofício desta para a Renamo na qual solicitava que a indicação dos possíveis facilitadores e observadores do diálogo. “Na carta, nós indicámos as personalidades segundo o pedido do Presidente e até agora não temos resposta”.