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Diálogo político entre o Governo e o partido Renamo continua encalhado e monótono

Mais uma ronda do diálogo político entre o Governo e o partido Renamo, a 87a, passou sem que houvesse nenhum consenso no que diz respeito à desmilitarização e reintegração das forças residuais do maior partido de oposição em Moçambique nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e na Polícia da República de Moçambique (PRM), bem como para a inserção social e económica daqueles que não possuírem aptidões físicas ou psíquicas para a sobrevivência sem o apoio contínuo do Estado.

O motivo que faz com que o diálogo se torne monótono é o mesmo de sempre: O Governo exige que o partido liderado por Afonso Dhlakama revele quantos homens tem com vista a serem desmilitarizados e reintegrados económica e socialmente, mas o partido Renamo nega e argumenta que o Executivo deve, primeiro, apresentar um modelo de reintegração e haja partilha de responsabilidades com vista a clarificar o que cada uma das partes deve fazer assim que a reintegração estiver efectivada.

No entender da “Perdiz”, a lista dos elementos a serem reintegrados não é prioritária neste momento, disse Saimone Macuiana, chefe da delegação deste partido na mesa do diálogo.

Num diálogo típico de pessoas que não confiam umas nas outras, as partes voltaram a trocar acusações em torno deste assunto. O Governo considera que a contra-exigência da Renamo é uma fuga com o rabo à seringa para se manter um partido armado, o que contraria os preceitos da Lei-Mãe vigente em Moçambique.

“Acho não haver necessidade por parte da Renamo apresentar a lista dos seus homens, enquanto ainda temos os nossos oficiais a serem marginalizados nas FADM. Queremos que os nossos oficiais sejam reintegrados nas FADM e só depois trataremos da integração dos nossos homens na Polícia”, disse Macuiane.

Por seu turno, Gabriel Muthisse, porta-voz da delegação do Governo, considerou não haver nenhuma marginalização dos oficiais da Renamo nas FADM, o que este partido quer que metade dos assessores das FADM sejam da Renamo e a outra metade do Governo. “(..) Não é da intenção do Governo. Não podemos permitir que as FADM sejam (…) partidários”.

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