Até parece mentira quando algumas coisas são contadas ou vem escritas na comunicação social. Uma autêntica vergonha. Terça-feira, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, foi recebido na cidade de Quelimane às escuras.
Como se sabia que o líder da Renamo chegaria a cidade de Quelimane onde orienta, a partir desta quarta-feira, a Conferência nacional das Ligas da Juventude e da mulher, viu-se uma cidade agitada.
Por um lado, os membros da “perdiz” procuravam organizar-se para receberem o seu líder, assim, também a Polícia da República de Moçambique, sobretudo a Força de Intervenção Rápida (FIR), fez-se a rua empunhada de armas e outro material de uso corrente para fazer o que ninguém sabe.
Até aqui era de menos, como não havia incidente, então cada um procurava mostrar a musculatura que ostenta. Cantos e gritos de alegria nas sedes do partido Renamo e do outro lado, era a polícia que não se cansava de gastar os poucos recursos que tem.
Por volta das 15horas, por sinal, período em que se previa que o líder da Renamo estivesse a entrar na cidade de Quelimane, seus membros, simpatizantes e até a imprensa (interessada), fez-se ao jardim da Sagrada Família, local onde estiveram concentradas as pessoas a espera do líder do maior partido da oposição em Moçambique.
O dia foi se “queimando” e a noite já vinha. E veio mesmo. As luzes artificiais, estas, da “nossa” Cahora Bassa, acenderam. Incrível que pareça é que naquele local onde os membros e simpatizantes da Renamo esperavam o seu líder não acenderam luzes nenhumas.
Quer dizer, para os leitores que conhecem a cidade de Quelimane, importa explicar que não houve iluminação pública da empresa Electricidade de Moçambique (EDM), desde a 2ª Esquadra até a extinta empresa da MECANAGRO.
Tudo ficou as escuras, o movimento naquela rua reduziu e os membros da Renamo amainaram os ânimos, arrumaram os batuques e prontos…
Mas mesmo assim, já que também o líder não chegava na hora marcada os nervos iam subindo nos simpatizantes e os mosquitos também aproveitando-se desta falta de iluminação pública foram tomando conta dos presentes. Foram longas horas de espera, finalmente ouvia-se dizer que o líder da Renamo estava entrando na cidade.
Ai sim, mesmo sem energia, os batuques voltaram a soar e as vozes das pessoas voltaram a serem ouvidas. Quando chegou ao local, de facto, Afonso Dhlakama foi recebido as escuras, porque até a nossa retirada não houve iluminação pública, pelo menos aos nossos olhos.
Indignação das pessoas
Não sabendo de facto o porquê do corte de energia só naquela zona, muitas pessoas que por ali passavam questionavam se era obra de alguém ou avaria técnica.
A resposta não vinha, porque nem sequer a equipa do Piquete da empresa EDM não se fez presente (até a hora em que o Diário da Zambézia saiu do local).
As más-línguas já avançam com especulações. Dizem estas pessoas que os que desligaram a iluminação pública naquele local especificamente tiveram medo de ver o líder da Renamo a ser recebido pela multidão.
Dizem ainda que esta situação não é nova, das vezes que o líder da Renamo chega a cidade de Quelimane, se não é luz, então não consegue espaço para realizar seus encontros, incluindo até comícios populares.