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Dhlakama diz que encontro com Presidente Nyusi pode recuperar metical mas reitera recusa da reunião

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, admitiu nesta quinta-feira(10) que um encontro com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pode recuperar a desvalorização do metical, mas insiste na recusa da reunião até haver uma agenda clara. “Quero que fique claro: não estou a lutar pelo poder porque, se assim fosse, eu estaria no poder desde 1992, porque já tinha ocupado todo o território durante a guerra. Estou a lutar pela democracia, para o tratamento igual para todos”, declarou Dhlakama, acusando o Governo de insistente arrogância.

Dhlakama, líder do partido Renamo, considerou, num comício em Sussundenga, província de Manica, que a atual instabilidade politica em Moçambique foi gerada pelo incumprimento do Acordo Geral de Paz, assinado em Roma em 1992, e do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, em 2014, e está a conduzir o país para uma nova fase de incerteza, retraindo investimentos e importações.

“Meu aperto de mão com Nyusi poderia estabilizar o metical”, disse Afonso Dhlakama, acusando o Presidente moçambicano de querer o encontro apenas “para se sair bem na fotografia e evitar choques externos”, sem avançar dados sobre a evolução das suas exigências.

Para o líder do maior partido da oposição o encontro com o Presidente moçambicano só acontecerá quando houver uma estratégia clara para cumprir os acordos já existentes, que considera cruciais para a democratização do país.

“Quero que fique claro: não estou a lutar pelo poder porque, se assim fosse, eu estaria no poder desde 1992, porque já tinha ocupado todo o território durante a guerra. Estou a lutar pela democracia, para o tratamento igual para todos”, declarou Dhlakama, acusando o Governo de insistente arrogância.

O metical começou a registar acentuada depreciação face ao dólar americano desde março, tendo fechado o primeiro semestre de 2015 com uma desvalorização mensal em todos os segmentos do mercado cambial, segundo o Banco de Moçambique (BM).

O BM alia a depreciação da moeda moçambicana ao fortalecimento do dólar no mercado internacional devido à pressão sobre a procura de divisas para pagamento de importações, além da queda generalizada dos preços da grande maioria dos produtos tradicionais de exportação. Contudo, Afonso Dhlakama reconhece que a situação política não está favorável a investimentos, acusando o Governo de empurrar o país para a instabilidade constante, por permitir políticas discriminatórias entre os moçambicanos, negando-lhes a “democracia genuína”.

Na quarta-feira, empresários moçambicanos reunidos no Fórum de Agronegócios em Gondola, centro de Moçambique, manifestaram preocupação com a desaceleração do metical, relacionando a instabilidade político-militar e “um futuro sem investimentos”.

O partido Renamo não reconhece os resultados das últimas eleições gerais e exige a criação de autarquias províncias em todo o país e gerir de forma imediata as seis regiões onde reclama vitória eleitoral, sob ameaça de tomar o poder à força. O partido implantou um quartel em Morrumbala (Zambézia) e anunciou a abertura de um segundo quartel em Milange, na mesma província, depois de romper o diálogo político de longo prazo politico com o Governo e recusar o convite para um encontro com o Presidente moçambicano.

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