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Detido proprietário do estabelecimento onde ocorreu explosão na Beira

O Autarca está na posse de informações segundo as quais o proprietário do estabelecimento comercial onde ocorreu explosao na madrugada de domingo foi detido pela Polícia enquanto decorrem as investigações para desvendar o sucedido.

Inicialmente, o proprietário em causa, de nacionalidade paquistanesa, cuja identidade não nos foi possível apurar ainda, havia sido recolhido para a Primeira Esquadra da PRM, na Baixa da Cidade da Beira, tendo posteriormente sido encaminhado para o Comando Provincial onde funciona a Polícia de Investigação Criminal (PIC).

O Comandante da Primeira Esquadra da PRM na Cidade da Beira, abordado pelo nosso jornal declinou avançar detalhes sobre o sucedido, alegando que o caso está ainda em processo de investigação. “Por enquanto não posso adiantar nada” – afirmou, tendo igualmente revelado que o assunto está a ser tratado ao nível da Polícia de Investigação Criminal sob alçada do Comando Provincial da PRM em Sofala. Sobre a detenção do proprietário do estabelecimento, o comandante minimizou justificando não se tratar efectivamente de detenção, mas sim duma medida tomada pela corporação para proteger o cidadão tendo em conta a tamanha dimensão dos estragos causados incluindo a populares.

Alguns guardas de estabelecimentos próximos do local onde ocorreu a explosão afirmaram ao nosso jornal que o estrondo foi muito forte, para sustentar a sua suspeita segundo a qual o que explodiu só pode se equiparar a uma bomba ou dinamite. Elementos da PRM que guarneciam o local também apresentaram a mesma opinião. “Para provocar esses estragos todos não pode ser uma simples botija de gás como se alega, isso só pode ser um engenho de grande envergadura” – afirmou um agente da PRM em anonimato.

Uma mulher residente no prédio ao lado disse conhecer muitos casos de explosão de botijas de gás, mas nunca acompanhou estragos semelhantes aos verificados a partir daquele estabelecimento. Disse que antes de viver no prédio residia no Bairro de Inhamízua, próximo do paiol que explodiu nos anos passados, num esforço que visava dar a entender que conhece muito bem quando se trata de estrondo de um material bélico. “Aquilo que explodiu não pode ser uma botija de gás, só pode ser um explosivo” – reforçou.

 Informalmente, agentes da Polícia de Investigação Criminal em contacto com o nosso jornal não afastam a possibilidade de que o que explodiu não pode se tratar de uma simples botija de gás, mas essa é a versão do proprietário do estabelecimento e até prova contrária deverá continuar a ser considerada. Um jornalista de órgão de comunicação social público interpelado pelo nosso jornal no local lamentou que o espaço não tivesse sido isolado, o que permitiria um trabalho de investigação mais apurado.

 Na sua opinião todos os vestígios são importantes numa investigação, mas estes pura e simplesmente terão sido ignorados em prejuízo do curso das investigações. Por outro lado, apuramos no local que o cidadão de nacionalidade paquistanesa ora a contas com a Polícia havia esvaziado o estabelecimento durante a semana passada até tarde do último sábado. Uma testemunha disse que o estabelecimento até semana passada encontrava-se tão cheio de artigos e que o espaço que sobrava não permitia sequer acolher cinco clientes duma vez.

A explosão seguida de incêndio que destruiu por completo o estabelecimento, atingiu igualmente várias outras lojas, incluindo duas viaturas arderam, uma delas pertencente a um cidadão também de nacionalidade paquistanesa. Sobre o cidadão originário de Paquistão, uma testemunha da ocorrência contou que quando este desceu do prédio e tendo visto a sua viatura a arder desatou a correr em fuga pensando que se tratava de uma armadilha que visava retirar a sua vida. Só mais tarde é que viria a perceber que não se tratava nada disso.

Cerca de duas dezenas de lojas os vidros das montras quebraram-se na sequência do impacto do estrondo que fez igualmente estremecer os prédios adjacentes ao estabelecimento de onde partiu a explosão, reforçando a ideia de que não pode ter se tratado de simples explosão de botija de gás. Muitas flats desses prédios ficaram igualmente com os vidros das janelas quebrados. A área também ficou privada de corrente eléctrica pelo menos até o fim da tarde de ontem, quando nos retiramos do local. Não está clara ainda a imputação de responsabilidades referentes a reparação dos danos causados sobre terceiros.

Em relação aos estabelecimentos comerciais que ficaram sem os vidros das montras, O Autarca apurou que a Polícia realizou um levantamento mas ninguém recebeu promessa nem garantia sobre a sua reposição. No entanto, alguns proprietários desses estabelecimentos já haviam iniciado a reposição dos vidros com recursos próprios. As famílias que residem nos prédios adjacentes cujas flats ficaram com os vidros das janelas quebrados estas é que lamentaram o silêncio tanto por parte do proprietário do estabelecimento como por parte de qualquer autoridade competente para abordar as modalidades de reposição dos danos.

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