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Desqualificação de partidos é um retrocesso segundo o PDD

O Presidente do Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD), Raul Domingos, considera ser “um retrocesso” a decisão da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de desqualificar algumas formações políticas da corrida para as legislativas e provinciais de 28 de Outubro próximo. 

Entrevistado no domingo último pela AIM, momentos antes de embarcar para a cidade da Beira, província central de Sofala, local escolhido pelo seu partido para lançar a sua campanha eleitoral, Raul Domingos disse esperar que os esforços em curso junto das instituições que regulam o processo eleitoral sejam coroados de êxito, para restituir a confiança que esta se perdendo com esta decisão.

“É com muita pena que a democracia esteja a ser beliscada com a desqualificação de alguns partidos pela CNE, o que pode significar retrocesso naquilo que nós já conseguimos, em termos de liberdade, manutenção da paz, estabilidade política e estabelecimento de instituições democráticas”, disse o Presidente do PDD, que foi o negociador chefe da Renamo para o Acordo Geral de Paz (AGP), que colocou fim ao conflito armado em Moçambique.

Raul Domingos, que foi o número dois da Renamo, foi expulso desta força política na oposição em 2000, alegadamente por estar associado a interesses do partido no poder, a Frelimo.

Depois da sua expulsão, ele criou o seu próprio partido, tendo concorrido nas eleições gerais de 2004, mas sem sucesso. Sobre a alegada influencia das duas maiores forcas politicas representadas na CNE, nomeadamente a Frelimo e a Renamo, Domingos disse simplesmente que tais alegações “não são infundadas”. Segundo ele, a forma como o processo eleitoral começou, dificilmente se pode considerar que estas eleições serão livres, justas e transparentes.

Perspectivando o desempenho do PDD nas eleições de 28 de Outubro próximo, Domingos manifestou o seu optimismo de o seu partido conseguir “bons resultados”, que, segundo ele, passa por conseguir alguns lugares no parlamento moçambicano, a Assembleia da Republica (AR).

A actual legislação eleitoral remove a barreira de cinco por cento como condição para um partido se fazer representar no parlamento. Uma vez removida essa barreira, Domingos acredita estarem criadas as condições para, pela primeira vez, o seu partido conseguir alguns assentos na AR.

Apesar desse optimismo, ele reconhece ser difícil tal efeito, sobretudo pelo sistema de conversão de votos em assentos, que vem sendo usado no pais, ser também uma barreira, por isso afirma: à remoção da barreira dos cinco por cento é um passo, mas não necessariamente suficiente para conseguir assentos no parlamento”. Face a isso, Domingos considera ser um grande desafio mobilizar os apoiantes do partido para que estes votem nesta formação politica.

“A minha mensagem é de que o poder está no povo e este é o momento em que o tal poder deve se manifestar”, afirmou.

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