Não obstante a descida de divisão no escalão principal do futebol moçambicano, a equipa do Desportivo de Maputo está, neste momento, a passar por maus bocados, com a falta de campo de futebol para levar avante os seus projectos com a equipa principal.
É neste teor que mora o desabafo de Artur Semedo, técnico principal daquela colectividade, durante a visita efectuada pelo @Verdade. A situação no Desportivo de Maputo está de tal maneira caótica, que o simples exercício de treino tornou-se numa incerteza, uma vez que depois de uma jornada, fica-se sem saber onde será realizada a próxima.
Estes constrangimentos fazem com que sejam anulados os projectos de Artur Semedo que passam, necessariamente, por formar uma equipa profissional para a posteridade.
Em termos práticos, a cada dia de treino, a equipa do colosso Desportivo de Maputo é obrigada a utilizar um campo diferente e emprestado, situação que não abona nem o nome, nem a grandeza daquele clube, ainda que milite no escalão principal do futebol da cidade de Maputo.
Na ronda efectuada pelo @Verdade à sede daquele clube, no fim da semana passada, só para citar um exemplo, o grupo principal de futebol se encontrava a fazer exercícios de aquecimento no salão multi-uso, no lugar de um relvado.
Os atletas contactos pela nossa equipa de reportagem mostraram-se, por sua vez, agastados com a situação e, ainda desapontados quando sabem que nada podem fazer para reverter a situação. No entanto, prometem envergar a camisola alvi-negra até à queda da última “traveja” do edifício.
“Para nós, jogar em campo não relvado é até benéfico pois ajuda a habituar-nos a esse tipo de campo, uma vez que a maior parte das equipas com quem vamos disputar o campeonato na presente temporada não têm campos relvados. Mas isso não nos devolve a dignidade como uma equipa que merece trabalhar como todas as outras” disse Inácio Américo, um dos atletas.
Entretanto, este sofrimento poderá durar até ao próximo ano 2014, segundo fontes ligadas ao clube Desportivo que revelaram ao @Verdade o projecto de construção de um campo de futebol, para aquele ano.
Já Artur Semedo, abordado sobre o assunto, disse que a falta de campo ofusca os seus objectivos para o presente ano, que passam necessariamente por construir uma equipa com ambição de regressar ao principal escalão de futebol do país, o Moçambola.
Neste sentido, e falando ainda sobre ambições do clube, disse que uma das estratégias traçadas para este ano é “dotar o clube de condições ideais para encarar, no futuro, o futebol de forma mais profissional, mais organizada e tranquila”.
O alcance dos desideratos do clube passa pelo redimensionamento da equipa de modo a construir “um edifício cada vez mais sólido”, disse o técnico.
Com efeito, o timoneiro de clube foi buscar alguns reforços que já passearam a classe no Moçambola, como forma de dar mais dinamismo e consistência ao colectivo. Entre eles, figuram nomes como de Fred, Chana, Amílcar, Binó, Manecas e Marcelino. No final, Artur Semedo disse que cerca de metade de jogadores que farão parte do plantel são novas aquisições sendo que, todos estão já sob o seu comando.