O arcebispo sul-africano Desmond Tutu criticou duramente Israel, declarando que a segregação racial aplicada nas suas estradas e na atribuição das suas casas lembrava as condições vividas durante o regime do apartheid na África do Sul.
«Assisti à humilhação sistemática dos palestinos, homens, mulheres e crianças, pelos membros das forças de segurança israelitas», indicou o líder reglioso sul-africano num comunicado.
«A sua humilhação é familiar a todos os sul-africanos que foram presos, perseguidos, insultados e agredidos pelas forças de segurança do Governo do apartheid», acrescentou. Enquanto a 10ª Semana contra o apartheid israelita foi aberta esta segunda-feira, Monsenhor Tutu associou-se aos objetivos deste movimento.
“Na África do Sul não iríamos conseguir chegar à democracia sem a ajuda de pessoas no mundo que por intermédio de meios não violentos, como os boicotes e o desinvestimento, encorajaram os seus Governos e outros atores a pôr termo a várias décadas de apoio ao regime do apartheid”, adiantou.
“Os mesmos problemas de desigualdades e de injustiça motivam actualmente a campanha que tenta pôr termo a várias décadas de ocupação do território palestino por Israel e ao tratamento injusto e prejudicial do povo palestino pelo Governo israelita que o dirige », sublinhou.
Segundo ele, um povo privado da sua dignidade e dos seus direitos merece a solidariedade dos seus irmãos humanos. “Pouco importa no que acreditamos ou o lugar onde vivemos. Somos membros duma única família, a família humana, a família de Deus”, afirmou o arcebispo sul-africano e Prémio Nobel da Paz.