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Desmobilizados indignados com o governo em Nampula

Os desmobilizados das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, localizados na província de Nampula, estão zangados com o governo pelo facto do Ministério do Interior exigir a altura mínima de 1.70 metros como condição indispensável para o ingresso nos cursos de agentes da Guarda-Fronteira e Forças de Intervenção Rápida, abertos no quadro do programa de reinserção social e de emprego para aquele grupo.

Um grupo numeroso de desmobilizados das FADM nos turnos de 2007 e anos seguintes, residentes em Nampula, esteve, hà dias na Redacção do nosso jornal, província, para manifestar o seu sentimento de desagrado face à medida que consideram discriminatória em relação à sua condição física.

Ajuntaram que a medida vai privar muitos desmobilizados das FADM de prosseguirem a sua vida nas forças paramilitares, como foi sempre o seu desejo acalentado ao longo dos anos de permanência no exército, onde juraram servir a pátria. Abdul Sadate, um dos visados pela medida, disse ter concluído o nível académico da 12ª classe antes da sua mobilização para as fileiras das Forças Armadas de Defesa de Moçambique.

Porque cedo senti que, na vida militar, as oportunidades de vida honesta e assalariada são largas e jurei continuar a ser útil à pátria mesmo depois da desmobilização, mas agora esse sonho desmoronou-se. Por seu turno Júlio Santos, outro desmobilizado das FADM que não reúne a altura exigida para ingressar nos cursos da Polícia da República nos ramos da guarda fronteira e forças de intervenção rápida, referiu que uma vez sabido que existem pessoas de altura baixa, o Ministério do Interior devia criar oportunidade para sua reintegração social nos cursos de professores, polícia camarária, entre outros.

Nós temos família à nossa responsabilidade, e não queremos que parte dela venha a cair na criminalidade ou prostituição, e, por isso, queremos fazer algo que seja remunerado. Disse Júlio Santos, apelando ao governo no sentido de estabelecer parcerias com outras instituições com vista a alargar as oportunidades de enquadramento dos desmobilizados.

As nossas fontes referiram que o grupo de que fazem parte, estimado em 90 elementos, foi desmobilizado das fileiras da FADM no turno de 2007 e no mesmo ano remeteram os seus documentos para ingressar nos cursos ministrados no Centro de formação de Matalane, província de Maputo, tendo sido chumbados tal como aconteceu nos dois anos seguintes devido à sua altura, situação que os coloca em total desespero.

Orlando Mudumane, chefe do gabinete de ralações publicas no Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique em Nampula, disse, quando indagado pela nossa reportagem a respeito das reivindicações dos desmobilizados, que a questão da altura é uma medida uniforme para todo o país, acrescentando que alguns candidatos aos cursos de guarda fronteira e da FIR foram devolvidos do centro de Matalane nos dois últimos anos para as suas províncias de origem por não responderem aquele requisito.

A FIR é uma força policial especial e, obviamente, exige requisitos especiais que os respectivos devem possuir. Vincou a fonte, escusando-se, no entanto, a comentar sobre a possibilidade dos desmobilizados serem enquadrados em acções de formações para oportunidade de emprego noutras instituições governamentais por se tratar de um assunto que carece de análise.

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