O processo de desminagem da linha de transporte de energia de alta tensão entre Maputo e a Vila fronteiriça de Ressano Garcia, sul de Moçambique, já limpou 20 postes dos 165 que se acredita estarem densamente afectados por minas diversas.
A linha de transporte de energia eléctrica entre Maputo e Ressano Garcia tem um total de 200 torres, das quais 165 estão densamente afectadas por minas, representando uma área de 359.620 metros quadrados, situação que representa um grande risco às pessoas e animais. O processo de desminagem da linha de energia, avaliado em um milhão de dólares, está a ser feito de forma mecânica e manual, tendo a primeira iniciado em Abril e segunda em Maio de 2009.
A “Halo Trust”, Organização Não Governamental (ONG) norte-americana responsável pela operação, já desminou manualmente 4,5 hectares de terra e processou mecanicamente 54 mil metros cúbicos de solo das áreas suspeitas de constituírem perigo. Henrik Mathisen, Oficial de Projectos, disse a AIM que Halo Trust mantém a data de conclusão da desminagem da linha (finais de 2010), de acordo com o Programa de Acção contra Minas 2008/12.
O objectivo previamente estabelecido é, segundo Mathisen, ainda alcançável, mas são necessários mais fundos e condições que tornam sustentável a operação. Refira-se que as províncias de Tete, Manica e Sofala (centro o país), Inhambane, Gaza e Maputo (sul do país) foram apontadas como sendo as prioridades para o governo em 2009, abrangendo 184 áreas. Moçambique é um Estado parte da Convenção de Ottawa, tratado jurídico internacional que obriga os 156 países signatários a concluírem com a desminagem de todos os locais minados ou suspeitos conhecidos num período máximo de 10 anos.
Moçambique pediu a prorrogação até 2014. Ao abrigo deste instrumento, os países devem desenvolver igualmente acções educativas para a prevenção de acidentes com minas terrestres, bem como a advocacia, com vista a facilitarem a assistência e reintegração socio-económica das vítimas de acidentes causados por estes engenhos.
