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Deslocados agravam situação humanitária no sul do Níger, alerta ACNUR

A segurança e as condições humanitárias deterioram-se no sul do Níger, onde centenas de milhares de pessoas se instalaram após terem fugido dos rebeldes do Boko Haram (seita islamita e terrorista nigeriana) , advertiu terça-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

O porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards, declarou, num comunicado transmitido à PANA em Nova Iorque, nos Estados Unidos, que as condições de vida neste espaço são difíceis. “Neste ambiente longínquo e semidesértico, as temperaturas atingem 48 graus Celsius durante a actual época de seca, enquanto as chuvas que vão seguir dentro de dois ou três meses inundam muitas as vezes colónias estragadas”, declarou Edwards.

Indicou que os abrigos são feitos de palha e que o saneamento é básico, com latrinas e casas de banho, enquanto numerosas crianças não têm acesso à educação devido a escassas infraestruturas escolares nas aldeias vizinhas, e ao encerramento de numerosas escolas nas zonas perigosas próximo da fronteira.

A seu ver, a situação de segurança à volta das cidades de Diffa e Bosso, no leste, deteriorou-se nos últimos meses com uma sucessão de incidentes criminais, incluindo atentados suicidas próximo das aldeias onde se refugiaram, ao mesmo tempo, Nigerianos e deslocados.

Revelou que dos 112 milhões de dólares americanos pedidos por 22 organismos de ajuda humanitária, nomeadamente o ACNUR, para operações filantrópicas na região de Diffa em 2016, apenas 20 milhões foram mobilizados até ao momento. “Embora a maioria de pessoas prefiram viver fora dos acampamentos, muitas decidiram deslocar-se a estes locais por razões de protecção e de subsistência, cifrando-se actualmente em pelo menos três mil indivíduos”, concluiu o porta-voz do ACNUR.

Segundo dados do Governo nigerino, até meados de maio corrente, Diffa acolheu, dentro e à sua volta, mais de 241 mil pessoas, incluindo refugiados provenientes da Nigéria, pessoas deslocadas no interior do Níger e Nigerinos que viviam na Nigéria.

Além disso, pelo menos 757 mil pessoas, que fugiram do terror da Boko Haram, instalaram-se em 135 acampamentos ocasionais, ao longo dos 200 quilómetros da estrada nacional 1, a principal ao longo da fronteira com a Nigéria e o rio Komadougou, indicam os mesmos dados.

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