Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Deslizamento de terra em mina de jade deixa dezenas de mortos em Mianmar

Dezenas de pessoas morreram num deslizamento de terra numa mina de jade no norte de Mianmar, que abriga alguns dos maiores locais de extracção da pedra no mundo, informou o portal “Irrawaddy” neste sábado.

O acidente ocorreu nesta sexta-feira(259 no distrito de Hpakant, no estado de Kachin, situado a mais de mil quilómetros ao norte de Yangun, a antiga capital, e perto das áreas onde o exército combate a guerrilha kachin.

Pelo menos 114 pessoas morreram em outra mina de jade em Hpakang em Novembro devido à queda de resíduos de terra e pedras de uma montanha próxima. Os acidentes e deslizamentos de terras são frequentes nas montanhas de pedras e resíduos das minas onde milhares de trabalhadores irregulares escavam para encontrar jade.

Mianmar tem as maiores jazidas de jadeíta, uma variante de jade muito cobiçada na China, onde na antiguidade era conhecida como a “pedra do Céu”.

Tint Soe, um deputado eleito no distrito de Hpakant nas eleições de 8 de Novembro, denunciou recentemente a falta de medidas de segurança e a destruição ambiental causada pelos camiões e escavadoras das minas de jade.

“Cerca de 400 milhas quadradas (643 quilómetros quadrados) ficaram totalmente destruídos. Agora há buracos e resíduos de terra. É um deserto”, disse Tint Soe ao portal “Mizzima”.

O político afirmou que a população local não se beneficia das minas, exploradas em muitos casos por empresas chinesas. Alguns especialistas acreditam que, apesar da grande quantidade de jazidas, o ritmo actual pode esgotar a jade local numa geração.

Em Outubro, a ONG Global Witness denunciou que participam do comércio de jade senhores da guerra, traficantes de droga e generais da antiga junta militar, como seu ex-chefe supremo, Than Shwe. A ONG calculou que o comércio dessas pedras é avaliado em aproximadamente 31 biliões de dólares norte-americanos, a metade do Produto Interno Bruto de Mianmar e mais que o dobro das estimativas oficiais.

O exército e a guerrilha do Exército para a Independência Kachin beneficiam-se do exploração das minas mediante concessões ou colecta de portagens e impostos.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!