A demora na adopção de novos pacotes tecnológicos sobretudo de variedades de semente de algodão de alto rendimento por hectare, sistemas de irrigação e mecanização, bem como a escassez de técnicos especializados no cultivo do chamado “ouro branco”, são factores que concorrem emperrar o processo de desenvolvimento daquela cultura não obstante o relacionamento entre os produtores do sector familiar e as empresas fomentadoras esteja num patamar muito alto.
Estas são as conclusões do recente encontro que juntou a mesma mesa, em Nampula, o Ministro da Agricultura, José Pacheco e os representantes dos actores principais da cadeia de produção de algodão ao nível das províncias do norte, nomeadamente, a anfitriã, cabo Delgado e Niassa com destaque para empresas fomentadoras, pequenos e médios produtores do chamado “ouro branco”.
O encontro convocado pelo titular da pasta da agricultura, visava, por um lado, discutir os mecanismos para tornar o sector algodoeiro mais competitivo e a sair da forte pressão que sofre em relação as culturas de gergelim, feijões, tabaco e castanha de caju, em razão do preço favorável praticado no mercado que supera em larga escala o algodão.
Por outro lado, visava também analisar formas de adopção de experiencias de produção de algodão em sequeiro e com rendimentos significativos, seguida por alguns países que têm técnicos seus a desfilar em algumas empresas fomentadoras de algodão um pouco por todo o país, como são os casos da Índia, Sri Lanka, Zimbabwé e Mali.
Como foi avançado no encontro, para o alcance desse objectivo os produtores de algodão devem apostar na construção de represas para o armazenamento das águas das chuvas e fazer o seu aproveitamento para o regadio das culturas em período de estiagem. Uma vez que esse trabalho acarreta elevadas somas as empresas fomentadoras devem tomar a dianteira e arcar com as despesas pois, os resultados são animadores tendo em conta as experiencias dos países supracitados.
O director da sociedade algodoeira de Niassa, SAN, Manuel Morgado, explicou no encontro que o rendimento médio por hectare neste momento é de 400 quilogramas de algodão. Segundo ele esta cifra é das mais baixas entre os países produtores do chamado “ouro branco” no mundo e segundo ele não há razão plausível para a persistente utilização das sementes fornecidas aos produtores no sector familiar.
Por seu turno, o director da Olam Moçambique em Nampula, Indranil Majumdar, elogiou a qualidade da fibra do algodão praticado no nosso país afirmando que a mesma pode atingir patamares ainda mais altos se for efectuado um investimento, sobretudo em sementes melhoradas. Aliás a Olam está juntamente com a escola agrária do Ribáuè em Nampula, envolvida num processo de multiplicação da semente de algodão da variedade albar.
A ideia é fazer a sua introdução gradual na sua concessão que abrange os distritos de Ribáuè e Lalaua e se a variedade se adaptar as condições agro climáticas locais será expandida pelos produtores do sector familiar.