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Desconhecidos “abatem” dois indivíduos no Chiango

A zona de Chiango, no bairro de Albasine, na capital moçambicana, transformou-se num local apetecível para execuções sumárias. Mais dois cidadãos, aparentemente com idades acima de 30 anos, foram assassinados à queima-roupa, na noite de quarta-feira (28), por malfeitores que se puseram ao fresco. A Polícia, que ainda não esclareceu os anteriores casos ocorridos na mesma região, alega tratar-se de um ajuste de contas entre grupos organizados de criminosos.

Segundo testemunhas, a execução, numa das bermas da Estrada Circular de Maputo, aconteceu por volta das 21h00. Os membros superiores de uma das vítimas estavam atados, o que dá azo para que se pense que o malogrado foi subjugado e submetido a sevícias.

“Ouvimos vários disparos que coincidiram com um momento de trovoada, mas era fácil perceber que se travam de tiros. Pensávamos que fosse a Polícia a perseguir ladrões, mas esta manhã descobrimos duas pessoas mortas e cheias de balas no corpo e no rosto”, relatou ao @Verdade um morador de Chiango.

No local onde os cadáveres foram achados o chão estava maltratado, o que sugere que antes do assassinato houve um combate corpo a corpo.

Um outro residente narrou que na altura dos disparos ninguém teve coragem de sair à rua para se inteirar do que se passava, porque à noite tudo fica escuro devido à falta de iluminação na via pública. “Espreitei da janela e vi dois carros a saírem do local em alta velocidade, um era preto e o outro branco”.

Nas primeiras horas de quinta-feira (29), a Polícia de Investigação Criminal (PIC) fez-se ao sítio, onde encontrou uma pistola ensanguentada com três munições no carregador, vários projécteis de balas e um telemóvel.

Supõe-se que a arma de fogo e o aparelho de comunicação pertencem aos finados, mas a corporação mandou-os ao laboratório para os devidos exames que possam, quiçá, levar ao esclarecimento do crime.

Orlando Modumane, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Maputo, disse que a corporação manifesta-se preocupada e já está no encalço dos presumíveis bandidos. “Suspeita-se que se trata de uma acção criminosa perpetrada por elementos de uma outra quadrilha a monte”.

Este ano, esta foi a terceira execução no Chiango. A primeira deu-se em Janeiro passado e as vítimas foram dois cidadãos de pouca idade, os quais também foram crivados de balas na cabeça e no resto do corpo. Poucos dias depois, mais um indivíduos foi encontrado sem vida após uma alegada perseguição com supostos bandidos. Nenhum destes assassinatos está esclarecido.

Circular à noite no Chiango exige coragem pois a escuridão, resultante da ausência de iluminação pública, mete medo, de acordo com alguns habitantes. Trata-se de um bairro que de há tempos para cá vive momentos conturbados por conta da alegada venda de terrenos à mistura com construções em áreas proibidas para o efeito por constituírem reserva do município.

Aliás, as poucas casas existentes naquela zona ficam distantes umas das outras, o que impede que as pessoas tenham socorro imediato em caso de algum problema, disseram os residentes.

Ao longo da Estrada Circular de Maputo perfilam postes para o transporte de energia eléctrica com os respectivos candeeiros, mas são apenas cosméticos, pois a escuridão prevalece.

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