O embaixador de Portugal em Moçambique, José Duarte, disse esta terça-feira (24), em Maputo, que a tensão política-militar que se vive desde o ano passado no país é resultado da falta de confiança entre o partido no poder, a Frelimo, e o maior partido da oposição, a Renamo.
Duarte falava à imprensa no âmbito das Jornadas Diplomáticas da Juventude, organizadas pelo Parlamento Juvenil (PJ), um movimento social analítico e apartidário orientado para a advocacia em prol dos direitos da juventude.
“O conflito que se vive na zona centro de Moçambique interfere na livre circulação de pessoas e de produtos e causa constrangimentos à progressão económica do país, que poderia crescer com mais rapidez”, considerou diplomata, acrescentando que “a democracia se com vitórias e derrotas e caso não haja confiança entre as partes não haverá avanços”.
De acordo com Duarte, só os moçambicanos podem resolver os seus problemas e mais ninguém. “Ninguém está mais interessado na paz do que Moçambique e os moçambicanos. Apenas o povo moçambicano é que mais vai se beneficiar disso isso”.
O embaixador disse, também, que a paz é necessária para aqueles que mais investem e criam empregos, para além do seu interesse de ver Moçambique a progredir.
segundo ele, Portugal não tem nenhum plano bilateral com Moçambique no que diz respeito às eleições gerais, legislativas e das assembleias provinciais marcadas para 15 de Outubro próximo. Contudo, se a pedido do Estado moçambicano poderá intervir de alguma forma.
De referir que Portugal investe anualmente 20 milhões de euros em Moçambique no âmbito de cooperação entre os dois países. E cerca de 23 mil portugueses, dos quais perto de 17 mil se encontram na capital Maputo,residem em Moçambique.