Uma missão de arqueologia francesa descobriu, perto do Cairo, o sarcófago de uma rainha da sexta dinastia até agora desconhecida, anunciou na quarta-feira o serviço de antiguidades egípcias. Identificada como Bahnu, ela foi “uma das rainhas da VI dinastia, que reinou no Egito de 2.374 a 2.192 antes de Cristo.
Mas, por enquanto, não sabemos se era esposa de Pepi I (2.354-2.310) ou de Pepi II (2.300-2.206)”, revelou, em comunicado, o chefe do Conselho Supremo de Antiguidades (CSA), Zahi Hawass. Segundo Philippe Collombert, chefe da equipe francesa, se tratava “provavelmente” da esposa de Pepi II. “Estamos contentes por acrescentar uma rainha até agora desconhecida à história do Egipto”, disse à AFP Collombert, que é director da missão arqueológica francesa de Saqqara e professor da Universidade de Genebra.
A missão fazia escavações na pirâmide que se revelou ser da rainha Bahnu, situada entre um grupo de pirâmides de rainhas, perto da do faraó Pepi I, ao sul da pirâmide escalonada de Saqqara, ao sul do Cairo. A equipe descobriu o sarcófago de 2,6 metros de comprimento e um de altura na câmara funerária. Em uma lateral do sarcófago, hieróglifos indicam que a rainha é “a esposa do rei e sua amada”. No entanto, a câmara sofreu alguns saques, provavelmente na época do “primeiro período intermediário” (por volta de 2.200 antes de Cristo).
No interior do sarcófago não há mais nada além de bandagens de linho que serviram para envolver a múmia de Banhu, pedaços de madeira, fragmentos ósseos e cacos de cerâmica. Galal Muawad, inspetor de antiguidades que trabalhou com a equipe francesa, destacou que descobertas deste tipo são muito pouco frequentes.
“A raridade deste sarcófago (…) se deve ao fato de que o corpo principal é de granito rosa, enquanto a tampa é de basalto negro”, disse.