O Procurador provincial de Tete, centro de Moçambique, Bernardo Júnior Duce, afirma ter sido encerrado o processo da acusação contra um grupo de quatro indivíduos estrangeiros suspeitos de tentativa de sabotagem da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB).
O Tribunal Judicial de Tete libertou os quatro arguidos na tarde da última Sextafeira por insuficiência da matéria para fundamentar a acusação. O referido grupo, que integra o arquitecto alemão, Georg Ritschi, o hoteleiro português, Carlos de Jesus, o piloto tswana, e o auto intitulado profeta sul-africano, Joseph Nqusato, havia sido detido pela Policia moçambicana (PRM) em Abril último em Songo, província de Tete, quando estavam na posse de cerca de meia tonelada de “Orgonite” um produto até então desconhecido em Moçambique.
Na altura, a PRM acusou o grupo de tentativa de sabotagem da HCB, por estarem a arremessar o aludido produto nas águas da albufeira, que se suspeitava ser nocivo àquela infra-estrutura. O grupo refuta as acusações, alegando que a sua finalidade “é pacífica”, pois a sua acção tinha como objectivo purificar as águas do rio Zambeze para afastar “forças negativas”. Citado pelo jornal “Noticias”, o Procurador Provincial de Tete, disse que os resultados das análises feitas no país e na vizinha Africa do Sul não confirmam que o referido produto (Orgonite) encontrado na posse dos quatro estrangeiros seja nocivo ao empreendimento. O advogado de defesa dos quatro arguidos, Hermínio Nhantumbo, considera a soltura dos seus constituintes como sendo uma acção “bastante justa”, uma vez não se terem encontrados motivos fortes para os manter na prisão.
“Foi retirada a acusação inicialmente feita pelo Ministério Público, porque foram trazidos os resultados das análises laboratoriais solicitadas pelas autoridades de Justiça moçambicana à Polícia Internacional (INTERPOL), que revelaram basicamente que o orgonite não é nenhum produto perigoso à saúde pública e foi exactamente isso que serviu de base para o encerramento do processo”, disse Nhantumbo.
Em entrevista ao jornal “Noticias”, um dos arguidos, Carlos de Jesus, reconhece que a sua equipa esteve a navegar na albufeira de Cahora Bassa sem nenhuma autorização das autoridades moçambicanas, carecendo também de uma autorização para lançar a Orgonite nas águas do Zambeze, a montante da barragem da HCB. “O nosso objectivo era de lançar o Orgonite desde Zumbo até a foz do Zambeze no Chinde. Só que durante a digressão fomos levados à prisão na cadeia da vila do Songo no dia 20 de Abril logo após o nosso regresso do Zumbo”, disse ele.
Hoje, o Tribunal Judicial de Tete vai entregar a viatura, barco, entre outros bens pertencentes ao grupo que haviam sido apreendidos pela PRM.