Terminou sem entendimento, esta segunda-feira (07), mais uma ronda do diálogo político entre as delegações da Renamo e do Governo moçambicano. As partes, depois de um aparente avanço rumo ao consenso, na semana passada, voltaram a descordar quanto à reinserção dos homens do partido da oposição nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) e à sua desmilitarização.
O chefe da delegação governamental, José Pacheco, disse, no fim da 63ª ronda de diálogo político, que a Renamo pretende continuar um partido de homens armados, facto que torna “difícil acomodar os observadores internacionais”, pois estes mesmos que se façam presentes na mesa do diálogo ficarão sem missão a cumprir.
José Pacheco entende que os observadores internacionais, concluído a sua missão, devem deixar o país em paz e sem partidos políticos armados. “Nós pretendemos que a desmilitarização da Renamo seja parte integrante dos termos de referência para os observadores internacionais. Se este pilar ficar concluído, estão criadas as condições para os observadores internacionais (virem a Moçambique trabalhar no assunto)”, disse, acrescentando que em todos outros pontos já há consensos.
Pacheco frisou ainda que a Renamo “ficou de reflectir” no interesse que há de se parar com os ataques e permitir que os seus homens tenham oportunidade de se inserir nas instituições do Estado, nas FDS e nas actividades económicas.
O governante garantiu que nenhum país observador já foi contactado para monitorar a cessação das hostilidades, desmilitarização da Renamo e sua integração nas FDS, assegurando que não há espaço para nenhum país se pronunciar sobre o assunto.
Por sua vez, o chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, reiterou a vontade de continuar a dialogar com o Governo, apesar de este não se mostrar flexível para preparar um encontro ao mais alto nível entre Afonso Dhlakama e o Presidente Armando Guebuza. É preciso que as delegações criem condições para que esse encontro se efective”.
“O nosso trabalho vai culminar com o encontro ao mais alto nível, a ser preparado dentro da nossa agenda, tem que haver também aspectos consensualizados na mesa de diálogo”, disse Macuiane.