A Renamo, maior partido da oposição em Moçambique, afirma que o Acórdão de Validação e Proclamação dos resultados das eleições gerais de 28 de Outubro último, divulgado publicamente hoje em Maputo, pelo Conselho Constitucional (CC) e’ injusto, razão pela qual os deputados não vão tomar posse.
Este pronunciamento foi feito pelo mandatário de candidatura da Renamo, Saimone Macuiane, num contacto com jornalistas minutos após a cerimónia da validação e proclamação dos Resultados. Macuiane fez saber que a Renamo vai organizar manifestações pacíficas a nível nacional para repudiar os resultados. “A Renamo não concorda com os resultados proclamados pelo CC e estamos agora a preparar as manifestações. Não posso avançar datas porque estamos a trabalhar nesse sentido, mas posso dizer que os deputados da Renamo não vão tomar posse”, asseverou Macuiane.
De referir que aquando das eleições autárquicas realizadas no ano passado, em que a Renamo perdeu os cinco municípios que estavam sob sua gestão desde 2003, Afonso Dhlakama, líder desta formação política prometeu que os seus deputados para Assembleias Municipais não tomariam posse, e que haveria de criar Governos Municipais Paralelos.
Contudo, um ano mais tarde, os referidos Governos Municipais Paralelos da Renamo não foram criados. Apesar de os deputados das Assembleias Municipais pela Renamo, terem-se recusado a participar na cerimónia solene de sua investidura, estes participam normalmente nas sessões de trabalho. Por seu turno, Lutero Simango, representante do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) na cerimónia, disse que o acórdão do CC não foi justo por omitir intencionalmente alguns factos.
“Nós fomos excluídos por um mapa de controlo nos nove círculos onde pretendíamos concorrer e o acórdão do CC omitiu propositadamente alguns detalhes da nossa exclusão. Está claro para nós que as irregularidades tiveram influência nos resultados eleitorais porque apenas conseguimos 8 mandatos quando poderíamos ter mais” explicou.
Apesar de considerar injusta a decisão do CC, Lutero Simango afirmou categoricamente que os oito deputados eleitos para a Assembleia da República (o parlamento moçambicano) vão tomar posse. “Vamos tomar posse porque fomos eleitos como moçambicanos e devemos fazer respeitar o eleitorado que depositou confiança em nós e, por isso, vamos naturalmente tomar posse” frisou.
Simango salientou que neste momento o partido que tem menos de um ano de existência já está a preparar-se para as eleições autárquicas de 2013 e gerais de 2014.
