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Depois de aquecimento rápido, parte da Antártida resfriou, mostra estudo

A Península Antártica, um dos lugares da Terra que mais rapidamente aqueceu no século passado, se resfriou desde então devido a alterações naturais no clima local, disseram cientistas nesta quarta-feira, acrescentando que a trégua no degelo deve ser breve.

O aquecimento veloz registrado até o final dos anos 1990 na península, que se estende rumo à América do Sul, desencadeou o rompimento de antigas plataformas de gelo, que são vastos fragmentos de gelo que flutuam no mar no final das geleiras, e um declínio em algumas colónias de pinguins.

Mas uma mudança para ventos mais frios e mais gelo marítimo desde então causou um resfriamento na região, apesar do acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera, escreveram os cientistas no periódico científico Nature.

“O aumento de gases de efeito estufa… está sendo sobrepujado nesta parte da Antártida” por variações naturais no clima local, disse o principal autor do estudo, John Turner, da Pesquisa Britânica na Antártida (BAS, na sigla em inglês).

“Certamente não estamos dizendo que o aquecimento global acabou. Pelo contrário”, disse ele em uma teleconferência a respeito do estudo. “Estamos destacando a complexidade da mudança climática.”

Desde aproximadamente 1998, as temperaturas do ar local diminuíram cerca de 0,5 grau Celsius por década, aproximadamente o mesmo ritmo que vinha subindo desde cerca de 1950.

A estabilização do buraco da camada de ozónio sobre a Antártica, que protege o planeta dos raios ultravioleta e vem sendo danificada por produtos químicos criados pelo homem, pode explicar em parte a alteração nos ventos que levaram ao resfriamento, diz o estudo.

Mas o aumento de gases de efeito estufa, sobretudo em razão da queima de combustíveis fósseis em todo o mundo, significa que o resfriamento pode ser só um evento isolado em um canto da Antártida.

As temperaturas provavelmente devem voltar a subir e podem ter um acréscimo de 3 a 4 graus Celsius até 2100, alertou Turner. Na cúpula climática de Paris em Dezembro, quase 200 governos assinaram o acordo mais ambicioso até o momento para conter o aquecimento global, adoptando a meta de eliminar o uso de combustíveis fósseis gradualmente até 2100.

O candidato presidencial republicano Donald Trump, que não acredita no aquecimento induzido pelo ser humano, disse que irá tirar os Estados Unidos do pacto se for eleito.

Cerca de 10 plataformas de gelo, da Jones à Wilkins, diminuíram muito de tamanho ou se desintegraram na Península Antártica nas últimas décadas.

Em 2014, no mesmo local, cientistas flagraram uma nova rachadura de dezenas de quilómetros de extensão na plataforma Larsen C. Em 2002, a fragmentação da plataforma Larsen B inspirou a cena de abertura do filme norte-americano “O Dia Depois de Amanhã”, na qual uma rachadura enorme destrói um campo de pesquisas científicas dos EUA.

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