O vice-ministro das Pescas, Gabriel Muthisse, disse quarta-feira, na Beira, capital da província central de Sofala, que o volume de exportações de pescado de Moçambique, sobretudo de camarão, voltou a subir nos dois últimos anos, depois de uma redução significativa em 2008.
Muthisse falava a jornalistas, minutos após de ter desembarcado no Aeroporto Internacional da Beira, no quadro da sua visita a Sofala, disse que anualmente Moçambique coloca no mercado externo uma média de seis a sete mil toneladas de camarão, uma quantidade avaliada entre 90 ou 100 milhões de dólares.
A União Europeia, disse Muthisse citado pelo jornal “Diário de Moçambique”, é o maior mercado de exportação do pescado, tendo destacado que as exportações atingem também os países vizinhos como a África do Sul.
“Nós tivemos uma situação não muito boa, sobretudo em 2008, quando as capturas baixaram e o mercado internacional não andava muito bom. Mas as indicações que temos é que a procura do pescado está a crescer e, em 2009 começou o processo de recuperação e em 2010 essa tendência se manteve. Esperamos que este ano se mantenha também”, disse.
Muthisse explicou que os preços dos insumos são o maior constrangimento, por causa do aumento constante das tabelas tarifárias dos combustíveis que acaba afectando sobremaneira a área das Pescas.
“O outro constrangimento pode ser encontrado na falta de poupança por parte dos moçambicanos para acederem a tecnologias mais apropriadas de pesca. Portanto, podemos ver que o grosso da indústria pesqueira é controlada por capitais estrangeiros”, adiantou.
Para Muthisse, o maior desafio do Governo da actualidade é incentivar um maior número de moçambicanos a apostar na área da indústria pesqueira comercial.
A visita de Muthisse tem por objectivo encontrar formas para impulsionar o aumento da produção do pescado na província de Sofala, considerada uma das principais três províncias pesqueiras de Moçambique.
As outras são Zambézia e Nampula. Actualmente, a produção pesqueira da província de Sofala está calculado em 21 mil toneladas, e o desafio é garantir o crescimento.