A massiva vitória da Frelimo e a boa organização pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, STAE, do dia das eleições e do processo de apuramento, foi ensombrado por parcialidade e má conduta
. Os que são há muito tempo leitores deste Boletim vão reconhecer que houve pouca mudança em resposta às duras críticas feitas às eleições de 1999 e 2004. Tal como num filme que vemos duas vezes, ocorreram os mesmos problemas. Nesta secção do Boletim voltamos a observar a falta de imparcialidade, o secretismo obsessivo e a falta de transparência, as confusões legais e de procedimentos, a incompetência e a flagrante má conduta em centenas de mesas de voto.
Os media moçambicanos e a CNE ressentem-se muitas vezes com as críticas do grupo de doadores do G19, da União Europeia e dos EUA, acusados de tentarem impor padrões que acham não serem apropriados para África. Mas Tejan Kabbah, antigo presidente da Serra Leoa, enfatizou que “o partido no poder tem uma posição dominante. A fim de aprofundar mais a democracia em Moçambique é importante garantir que para futuras eleições o processo tenha um maior grau de transparência e que as condições sejam razoavelmente equilibradas para todos os candidatos participantes, contribuindo assim para promover a consolidação do sistema multipartidário do pais.”
Tabbah lia a declaração da Commonwealth, de que Moçambique é “sócio”. Esta não é um organismo de doadores, é um “clube” de paises em desenvolvimento que enfrentam problemas semelhantes. São pois os colegas de Moçambique e sócios do mesmo clube que dizem que é preciso fazer melhor
