Depois de passar dois meses em tratamento contra o cancro em Cuba, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, voltou, Segunda-feira (18), a Caracas, e o governo anunciou que a sua conta no Twitter chegou a 4 milhões de seguidores. Chávez, de 58 anos, foi levado a um hospital militar depois de desembarcar. Não foram divulgados novos detalhes sobre o seu estado de saúde, e não houve imagens do seu desembarque.
As autoridades dizem que a sua condição continua delicada. Geralmente loquaz, o líder socialista tem agora dificuldades para falar, pois respira por um tubo traqueal. Mas ele é desde Abril de 2010 um usuário apaixonado e regular do Twitter, e sempre estimula outros líderes latino-americanos a criarem contas no microblog.
A sua conta, a @chavezcandanga, rapidamente atraiu fãs, detractores ou meros curiosos querendo ver como os seus longos discursos e a sua inflamada retórica antiamericana funcionavam dentro dos limites de 140 caracteres de cada mensagem no Twitter.
Mas, à medida que enfrentava o cancro e se submetia a semanas de exaustivas quimioterapias e radioterapias, ele passou a tuitar com frequência cada vez menor, e parou de vez a 1 de Novembro. Segunda-feira de manhã, ele voltou.
“Eram 4h30, 5h. Ele chegou ao seu quarto e surpreendeu a todos: rá-tá-tá, ele mandou três ou quatro mensagens, e naquele momento fogos de artifício começaram a estourar no país inteiro”, disse o vice-presidente Nicolás Maduro numa reunião ministerial transmitida pela TV.
Durante o dia, acrescentou Maduro, o número de seguidores do presidente disparou para bem acima de 4 milhões. “É incrível, em poucas horas… ele é o segundo presidente mais seguido do mundo (atrás de Barack Obama, dos EUA), e o primeiro se fizermos a comparação per capita (entre as populações governadas).”
Obama tem mais de 27 milhões de seguidores no Twitter, e é a quinta personalidade mais popular do microblog. Chávez ocupa a 190ª posição no total. Maduro disse que a seguidora de número 4 milhões é Alemar Jimenez, 20 anos, moradora do bairro pobre de San Juan, no centro de Caracas – perto do hospital militar onde Chávez foi internado horas antes.
“Ela é parte da geração dourada da juventude que apoia a pátria e que espera com crescente amor pelo comandante Hugo Chávez”, disse Maduro antes de apresentar uma aturdida Jimenez às câmeras e lhe dar um ramalhete de flores.