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Críticas à falta de investimento e incentivos na agricultura familiar continuam na ordem do dia

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) declarou 2014 como Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF), com o objectivo de estimular e apoiar a criação de políticas agrícolas, ambientais e sociais que promovam a agricultura familiar sustentável, o aumento do conhecimento nesta área. Todavia, as acções levadas a cabo pelo Governo moçambicano para o alcance deste desiderato continuam insignificantes. Pouco ou quase nada é feito para garantir comida que baste à população, segundo um relatório do Observatório do Meio Rural (OMR).

Os 80 porcento da população rural que se dedica à agricultura familiar em Moçambique continuam marginalizados e persiste a falta de incentivos por parte do Executivo, relacionados, principalmente, com a oferta de crédito bancário bonificado e baixas taxas de juro, maior disponibilização de fertilizantes e serviços de extensão agrária.

De acordo com  o OMR, no seu relatório divulgado há dias, sobre AIAF, a agricultura é crucial para a garantia da segurança alimentar no país e deve haver investimento no sector para a sua rápida mecanização, criação e implementação de políticas capazes de tirar maior proveito da produção agrícola familiar nos sectores florestais, pesqueiros, pastoris, entre outros, que continuam a ser administradas de forma limitada e arcaica.

Para o OMR, urge a necessidade de o país maximizar a mecanização agrícola, para tirar melhor proveito das condições agro-ecológicas que oferece, do acesso aos mercados, à terra, aos recursos naturais, à tecnologia e aos serviços de extensão, ao financiamento, entre outros.

O documento a que nos referimos indica também que não se pode dissociar a agricultura familiar e pequenos agricultores da luta pelo alcance da segurança alimentar mundial, porque ela têm contribuído para a preservação de alimentos “tradicionais” e assegura uma dieta alimentar mais balanceada e equilibrada, o que promove a protecção social e o bem-estar das comunidades.

A falta de políticas específicas para a agricultura familiar, o fraco nível de investimento e de técnicas usadas para maximizar a produção e a existência de barreiras que impedem o acesso ao crédito bancário são alguns factores que, segundo OMR, retardam a mecanização e o aumento da produtividade.

O OMR salienta que pouco ou quase nada se fez para o alcance dos objectivos traçados para a melhoria da agricultura familiar porque ela é considerada de pequena escala; por isso, é relegada ao segundo plano, quer por parte do Governo, quer por parte do sector privado nacional e internacional.

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