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Crise provoca primeiro prejuízo anual da história da Toyota

A montadora japonesa Toyota Motor, a maior do mundo, anunciou nesta sexta-feira o primeiro prejuízo líquido anual de sua história, de 439,9 bilhões de ienes (4,4 bilhões de dólares), no ano fiscal de 2008-2009, em consequência da crise em seus principais mercados e da valorização do iene.

Nos 12 meses de abril a marzo, a Toyota registrou um prejuízo operacional de 461,1 bilhões de ienes (4,638 bilhões de dólares) e uma queda de 21,9% no faturamento, na comparação com o ano anterior, a 20,53 trihões (US$ 206,5 bilhões).

Esta é a primeira vez que a Toyota, fundada há 72 anos e que acaba de assumir a liderança mundial do setor, encerra um exercício com resultado operacional no vermelho desde que começou a publicar seus resultados, em 1941.

No trimestre de janeiro a março, o prejuízo líquido da Toyota alcançou 765,8 bilhões de yenes (7,702 bilhões de dólares), acima do registrado no mesmo período pela americana ameaçada de falência General Motors (US$ 6 bilhões). Os resultados são ainda piores que os previstos pelo grupo, que esperava perdas de 350 bilhões de ienes e um déficit operacional 450 bilhões. “Os resultados se devem à significativa queda nas vendas de veículos, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, à rápida valorização do iene em relação ao dólar e ao euro, assim como ao aumento das matérias-primas”, explicou Jatsuaki Watanabe, presidente da Toyota, que deixará o cargo no fim do mês.

As vendas mundiais de veículos caíram 15% na comparação com o mesmo período do ano anterior, a 7,57 milhões unidades. As vendas na América do Norte registraram queda de 25,2%, na Europa de 17,3% e no Japão de 11,1%. Os efeitos do câmbio afetaram a empresa em 760 bilhões de ienes (US$ 7,65 bilhões), quantia equivalente ao investimento necessário para construir uma dezena de fábricas de automóveis.

A empresa símbolo da economia japonesa advertiu ainda que prevê um prejuízo líquido de 550 bilhões de ienes (5,5 bilhões de dólares) para o exercício actual, que teve início no dia 1º de abril. Também prevê um gigantesco déficit operacional de 650 bilhões e um faturamento de 16,5 trilhões de ienes (-19,6% em relação ao ano anterior).

As vendas mundiais ficarão abaixo dos 6,5 milhões de veículos, o que significa um retorno ao patamar de 2003-2004, contra o recorde de 8,91 milhões em 2007-2008. “Parece que a normalização dos mercados financeiros nos Estados Unidos e na Europa e a reativação econômica mundial ainda vão demorar um pouco mais”, comentou Watanabe, que prometeu que a Toyota apostará nas tecnologias híbridas e reduzirá os custos para corrigir a situação.

Para enfrentar a crise, a gigante automobilística anunciou nos últimos meses várias medidas, incluindos milhares de demissões, cortes de produção e investimentos congelados. Em junho a empresa passará a ser comandada pelo neto do fundador da empresa, Akio Toyoda, 53 anos, uma nomeação que foi percebida como um modo de unir a empresa ao redor de uma figura forte para enfrentarse as adversidades.

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