Os criminosos voltaram a mostrar, com os assassinatos na cidade da Beira e na cidade da Matola, que continuam vigorosos e organizados. A resposta das autoridades, Comandante Geral da Polícia, ministro do Interior e até o mesmo o Presidente da República, sempre céleres quando se tratam de membros dos partidos da oposição ou activistas da sociedade civil, é o silêncio.
Todas as semanas os porta-vozes dos várias comandos provinciais da Polícia da República de Moçambique (PRM) divulgam os resultados positivos da sua operacionalidade e destacam centenas de casos criminais registados e tramitados.
Porém há mais de uma década que se aguardam os resultados das investigações dessas mesmas autoridades relativamente aos assassinatos dos cidadãos António Siba-Siba Macuácua, Dinis Silica, Vicente Ramaya, Paulo Estevão Daniel, Inlamo Ahamada Ali Mussa, Gilles Cistac, Paulo Machava, José Manuel, Marcelino Vilanculo entre outros cidadãos que ficaram no anonimato.
“Neste momento a Polícia continua diligenciando para encontrar os autores deste crime, para a posterior responsabilização”, disse Daniel Macuacua, porta-voz da PRM de Sofala, relativamente ao assassinato do membro sénior do partido Renamo e membro do Conselho Nacional de Defesa e Segurança do Estado.
Já o porta-voz do Comando-Geral da polícia, Inácio Dina, sobre a execução do procurador Marcelino Vilanculo, afirmou que “a polícia reitera o seu engajamento de tudo fazer para esclarecer este crime à semelhança de outros”.
O ministro do Interior, Basílio Monteiro, que recentemente destacou-se pela célere ordem de deportação de uma activista da sociedade civil, não se pronunciou ainda sobre nenhum destes dois crimes violentos.
Também em silêncio está o recém empossado Comandante Geral da PRM, Júlio Jane, que foi desafiado pelo Chefe de Estado a colocar a corporação “mais vigorosa na prevenção e combate ao crime e na consolidação o da paz”.
Inclusive o Presidente Filipe Nyusi não comentou ainda o violento assassinato de um membro do Conselho Nacional de Defesa e Segurança do Estado.
Nyusi, que também é o mais alto magistrado na República de Moçambique, está também mudo sobre a morte do magistrado da Procuradoria da Cidade de Maputo.