Cidadãos da Crimeia votaram em um referendo neste domingo para decidir sobre uma cisão da Ucrânia e uma união com a Rússia, com Kiev acusando Moscou de aumentar rapidamente a presença militar na península em uma “violação crua” de um tratado internacional.
No meio a uma crise Leste-Oeste reminescente da Guerra Fria, o ministro da Defesa em exercício da Ucrânia, Ihor Tenyukh, disse que o número de militares russos na Crimeia está agora duas vezes maior que o nível acertado com Moscovo e que as forças militares de Kiev estão tomando “medidas apropriadas” ao longo da fronteira com a Rússia.
Tenyukh afastou qualquer sugestão que a Ucrânia, enfraquecida econômica e militarmente, poderia desistir ante o poderio russo.
“As decisões serão tomadas dependendo de como os eventos desdobrarem-se. Mas quero dizer mais uma vez que esta é nossa terra e que nós iremos abandoná-la”, disse ele à agência Interfax.
Países ocidentais dizem que a votação, que deverá ser a favor da união com a Rússia devido a uma maioria de idioma russo na região, é ilegal e está sendo conduzida sob ameaça. Nas Nações Unidas, 13 membros do Conselho de Segurança votaram por um esboço de resolução dizendo que o resultado não deveria ser reconhecido internacionalmente, mas Moscovo exerceu seu poder de veto, enquanto a China absteve-se.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, rejeitou as acusações do Ocidente, dizendo ao Secretário de Estados dos EUA, John Kerry, que o referendo está dentro da legislação internacional. As urnas foram abertas por volta das 8h da manhã pelo horário local e serão fechadas 12 horas depois. Resultados preliminares do referendo serão conhecidos no final do domingo, com os números finais esperados para daqui um ou dois dias.