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Crescimento económico em Moçambique vai reduzir para 1,8 a 2,8 por cento em 2019, inflação deverá chegar aos 8,5 por cento

Crescimento económico em Moçambique vai reduzir para 1

Foto do gabinete do PMO Governo Filipe Nyusi deverá muito em breve rever as suas optimistas projecções de crescimento real do PIB em 2019, que situam nos 4,7 por cento, para apenas 1,8 a 2,8 por cento devido as perdas significativas na produção agrícola e interrupções nos transportes, comunicações e serviços decorrentes do impacto do Ciclone IDAI no Centro de Moçambique. Além disso o @Verdade apurou que a inflação média anual projectada para 6,5 por cento será revista para 8,5 por cento até ao final do ano.

Após monitorar o impacto do Ciclone IDAI e as acções de normalização dos moçambicanos afectados também pela época chuvosa o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, disse a jornalistas que o Governo que coordena mantém as apostas de crescimento económico do nosso país inscritas no Plano Económico e Social: “Alcançar um crescimento económico de 4,7 por cento medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), a ser influenciado pelo desempenho positivo esperado nos sectores da Indústria de Extração Mineira (14 por cento), da Agricultura (5,5 por cento), das Pescas (6,0 por cento), da Saúde e Acção Social (5,0 por cento), da Educação (4,5 por cento) e da Administração Pública (4,5 por cento).

“Nós fomos a Assembleia da República e dissemos que temos de crescer a ritmo de 4 por cento do PIB, a dinâmica do 1º Trimestre não foi assim tão boa, mas foi igual a dinâmica dos anos passados, as avaliações de várias agências diferem mas nós como Governo mantemos a necessidade de chegarmos ao crescimento que nos comprometemos com a Assembleia” afirmou o primeiro-ministro após visitar a Província da Zambézia na semana passada.

Carlos Agostinho do Rosário admitiu que “o efeito do ciclone poderá ter alguma influência no crescimento (económico), mas isso teremos de esperar um bocadinho mais para fazermos a avaliação que estamos a fazer neste momento”.

Contudo o @Verdade apurou que da avaliação já efectuada o Executivo deverá rever em baixa o crescimento económico em 2019.

“As nossas projeções preliminares sugerem que o crescimento real do PIB em 2019 poderia diminuir para um intervalo de 1,8 por cento a 2,8 por cento – abaixo de uma projecção pré-ciclónica de 3,8 por cento em 2019 – devido a perdas significativas na produção agrícola e interrupções no transporte, comunicações e serviços”, afirma o Governo em carta enviada ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

FMI

“As taxas de crescimento no próximo ano vão compensar bastante os eventuais problemas que poderemos ter este ano por causa do ciclone”

Na missiva a que o @Verdade teve acesso, datada de 10 de Abril e assinada pelo Ministro da Economia e Finanças e pelo Governador do Banco de Moçambique, o Executivo revê ainda em alta a inflação média anual para este ano, inicialmente projectada para 6,5 por cento. “Dado o choque adverso de disponibilidade de alimentos na Cidade da Beira e nos distritos vizinhos, projecta-se que a inflação no fim do período atinja 8,5 por cento em 2019 – acima de uma projecção pré-ciclónica de 5,5 por cento – tendo em conta que a região metropolitana da Beira representa cerca de um quinto do Índice de Preços no Consumidor”.

“A nossa situação fiscal mudou, exigindo a realocação de recursos orçamentários para gastos críticos em limpeza, ganhos rápidos no esforço de reconstrução e aumento da assistência social para os mais vulneráveis, incluindo alimentos, abrigo e reassentamento. O défice fiscal primário após as subvenções deverá subir para 2,5 por cento do PIB em 2019 – um ponto percentual do PIB acima do projetado anteriormente. No entanto, a maior parte das despesas para assistência de emergência e reconstrução terá de ser coberta por subvenções externas dos nossos parceiros de desenvolvimento”, informou ainda o Governo ao FMI.

Dados do Governo a que o @Verdade teve acesso indicam que dos 715.378 hectares de culturas afectadas pelo Ciclone IDAI, e das cheias que se seguiram, 235.370 são na Província de Sofala, particularmente nos distritos de Nhamatanda e Búzi, representanto 29 por cento de todas áreas de cultivo em Moçambique.

Foto do gabinete do PMForam também afectados 59.765 bovinos, do efectivo de 97.188 que existia, 40.550 caprinos, do efectivo de 429.285 que existiam na Província de Sofala.

As chuvas intensas e o Ciclone IDAI afectaram 3.490 quilómetros da rede de estradas em Sofala, Manica, Tete e na Zambézia, contudo até a semana passada em 77 por cento dessa rede a transitabilidade havia melhorado devido as acções de emergência em curso.

Aos moçambicanos o o primeiro-ministro vai augurando: “Ainda que tenhamos algum efeito (do Ciclone IDAI) se nós apostarmos na Agricultura e noutras quatro áreas de concentração, mas sobretudo na Agricultura. Gerir a Agricultura pós-cheias é completamente diferente de gerir a Agricultura pós-seca e a Região Central do país é fértil por natureza e seguramente se nós tivermos uma concentração boa o efeito vai ser à seguir vai ser rápido, vamos sentir isso no fim do ano e no próximo ano vai ser maior”.

“As taxas de crescimento no próximo ano vão compensar bastante os eventuais problemas que poderemos ter este ano por causa do ciclone”, acrescentou ainda Carlos Agostinho do Rosário em conferencia de imprensa na Cidade de Quelimene.

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