O número de idosos que chefiam agregados familiares, a maioria de crianças órfãs e vulneráveis, “continua a crescer” em Moçambique, mas muitos ainda não conseguem aceder aos subsídios do Governo.
Iolanda Cintura, ministra da Mulher e Acção Social moçambicana, disse que o Governo tem vindo a realizar acções para a extensão do subsídio social básico, dando prioridade aos idosos em situação extrema de pobreza, chefes de família e sem capacidade para trabalhar.
“O número anda à volta de 270 mil agregados familiares chefiados por pessoas idosas que fazem parte deste subsídio social básico. Mensalmente temos estado a prever acções, orçamentos para cada vez irmos abrangendo mais agregados familiares chefiados por idosos e outras pessoas sem capacidade para realizar trabalhos, com deficiência e ou doença crónica”, disse Iolanda Cintura, durante uma cerimónia para a extensão da iniciativa em Manica, centro de Moçambique.
No país, estima-se que 727.598 idosos vivem em situação de pobreza e mais de metade não tem capacidade para trabalhar e tem a cargo os netos.
Deficientes em apuros
Entretanto, dos 286.176 deficientes que vivem em situação de pobreza em Moçambique, enfrentam diferentes limitações que as impedem de aceder a oportunidades de desenvolvimento, apesar de demonstrar capacidades para o trabalho.
“Não é tão simples fazer uma extensão ou abrangência total para todos, porque não é esta a abordagem do programa, mas sim faz uma priorização, para aqueles idosos que são chefes de família e não tem capacidade de realizar trabalho. Olhamos para o critério e a capacidade financeira que o próprio programa oferece”, precisou Iolanda Cintura.
A responsável disse que um programa paralelo também ajuda as pessoas em situação de pobreza, mas com capacidade de trabalhar, a envolverem-se em projectos de geração de rendimentos, além de procurar estimular as famílias para tomarem a responsabilidade de cuidar dos seus membros, incluindo idosos e crianças.
Iolanda Cintura defendeu ainda a necessidade de se desenvolverem acções e programas sustentáveis, que contribuam para a protecção social básica dos grupos vulneráveis da população e destacou o esforço do Governo por estar a aumentar o orçamento para favorecer estes grupos.