O Comité para a Protecção de Jornalistas (CPJ) exigiu, Quinta-feira (25), a abertura de um inquérito sobre a morte, Terça-feira (23), de um jornalista em Las Anod, uma cidade da República semi-autónoma da Somália.
O jornalista em causa, Ahmed Fara Ilyas, correspondente da televisão privada Universal TV, baseada em Londres, foi morto quando voltava à sua casa ido do seu local de trabalho por volta das 21:00 horas, segundo a imprensa local.
Os atacantes abandonaram a cena do crime antes da chegada da Polícia. Ahmed Ilyas, de 25 anos de idade, trabalhou como jornalista durante mais de oito anos e foi representante em Las Anod da Associação dos Jornalistas da Somália, um grupo de defesa da liberdade de imprensa.
Algumas horas antes da sua morte, ele falou duma explosão à bomba que as autoridades atribuíram aos insurgentes islâmicos, segundo informações locais.
A 12 de Outubro corrente, a Polícia deteve momentaneamente Ahmed e dois outros jornalistas aparentemente por ter dado a palavra aos habitantes de Anod que exprimiram o seu apoio ao novo primeiro-ministro somali, Abdi Farah Shirdon.
«É um dia triste em que os jornalistas são os alvos na Somália, uma região relativamente segura num país marcado pela violência», deplorou Tom Rhodes, consultor do CPJ para a África Oriental, num comunicado chegado à PANA, em Nairobi.
No seu documento, Rhodes pede que as autoridades da Somália impeçam que esta tendência continue, e insta as autoridades de Las Anod a apurar as motivações da morte e a fazer tudo ao seu alcance para encontrar os autores » , disse.
A cidade de Las Anod situa-se na fronteira entre a Somália e a região semi-autónoma de Puntland, onde produzem-se ocasionalmente confrontos entre forças leais às duas regiões.
Segundo os jornalistas locais, as autoridades da Somália consideram sempre a imprensa privada em Las Anod como sendo favorável à oposição ao Governo.
O CPJ registou 12 casos de detenção arbitrária de jornalistas em Las Anod, este ano, dos quais três profissionais da Universal TV em diferentes ocasiões.
Pelo menos 10 outros jornalistas foram mortos na Somália, este ano, segundo o CPJ. O ano 2012 é o pior para a imprensa neste país do Corno de África. O CPJ considera a Somália como o pior país para a liberdade de imprensa em África.


