O Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) condenou o ataque à mão armada perpetrado contra um fotógrafo somalí em Mogadíscio, a capital da Somália, e pediu às autoridades para realizar um inquérito aprofundado sobre este caso e garantir que os seus autores sejam julgados. Farhan Suleiman Dahir trabalha na Rádio Mogadiscio, um órgão de imprensa estatal, cujos jornalistas foram utilizados como alvos várias vezes nestes últimos anos.
« Jornalistas como Farhan Suleiman Dahir são constantemente usados como alvo na Somália sem que isto seja objeto dum acompanhamento aprofundado por parte das autoridades », declarou esta quarta-feira o representante do CPI para a África Oriental, Tom Rhodes. « Pedimos ao Governo somalí para fazer o possível para investigar e garantir que os agressores sejam julgados senão não existe esperança de romper o ciclo da impunidade », disse.
Dois homens armados dispararam sexta-feira à noite contra Farhan no distrito de Hodan, na capital, quando ele regressava do trabalho, explicou o CPJ.
Os agressores fugiram antes da chegada da Polícia. Farhan foi internado num hospital onde ele está a ser tratado por ferimentos nos braços, no peito, nas costas e na cabeça. Os médicos retiraram uma bala do crânio do jornalista e uma outra do seu rim. Ele está num estado crítico.
Apesar de eles não terem reivindicado o ataque, os milicianos Al-Shabaab, grupo terrorista baseado na Somália, são suspeitos de ser os autores desta agressão. A Somália é o país mais perigoso para os jornalistas em África, segundo o CPJ.