Uma corte egípcia condenou o destacado ativista Ahmed Douma a prisão perpétua nesta quarta-feira, disseram fonte judiciais, como parte de uma contínua repressão contra islamitas e liberais de oposição ao governo. Douma, um dos líderes da revolta pró-democracia que derrubou o autocrata Hosni Mubarak, foi condenado por distúrbios à ordem, violência e ataques a forças de segurança, cometidos no fim de 2011.
O tribunal também condenou à revelia 229 outros réus a prisão perpétua pelos mesmos crimes, assim como 39 menores de idade receberam penas de 10 anos de prisão, mesmo ausentes aos julgamentos.
Em Washington, a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, disse aos jornalistas que os Estados Unidos estão “profundamente preocupados” com as sentenças.
“Julgamentos e condenações em massa vão contra os mais básicos dos princípios democráticos e ao devido processo judicial”, disse ela. “Parece simplesmente impossível que um exame justo das evidências e depoimentos possa ser alcançado sob tais circunstâncias.”
No ano passado, em um caso que provocou a condenação internacional, o juiz Mohamed Nagi Shehata, ordenou a prisão de três jornalistas da rede Al Jazeera, incluindo o australiano Peter Greste.
O magistrado tem sentenciado centenas de apoiadores da Irmandade Muçulmana a morte. Greste foi libertado no domingo após passar 400 dias em uma prisão do Cairo.