Foi esta terça-feira lançado o Relatório Regional do Barómetro Global sobre Corrupção, um documento que apresenta os níveis de corrupção em seis países da SADC, nomeadamente a República Democrática do Congo, Malawi, Moçambique, África do Sul, Zâmbia e Zimbabwé, sendo que o nosso país é o único de expressão portuguesa. De acordo com o estudo, em Moçambique, 56% das pessoas inquiridas consideram que a corrupção aumentou nos últimos três anos, contra 23 % que julgam ter permanecido no mesmo nível e 21 que acham ter diminuído.
Em toda a África Austral, a polícia é tida como sendo a mais corrupta, sendo que a média vaia de 64% na República Democrática de Congo a 38% na Zâmbia. Já os sectores da educação e função pública ocupam a segunda e terceira posição, respectivamente.
Em Moçambique, mais de uma em cada três pessoas que tiveram contacto com serviços médicos denunciaram ter pago um suborno – o valor mais elevado na região por este serviço. A mesma percentagem disse ter pago um suborno para a educação e serviços de registo e licenças.
No que diz respeito ao seu combate, 42% das pessoas afirmaram que o seu governo tem sido ineficaz na luta contra a corrupção, 37 % consideram que o governo tem sido eficaz. Porém, esta situação não se verifica em todos os países da África Austral. No Malawi, por exemplo, foram muito mais confiantes nos esforços do governo para combater a corrupção, com mais de 50% afirmando acreditar que o governo é eficaz. Em contraste, as pessoas no Zimbabwe foram as menos satisfeitas com os esforços do seu governo, com quase 60% afirmando acreditar que seu governo é ineficaz.
O RELATÓRIO SOBRE A CORRUPÇÃO EM MOÇAMBIQUE PODE SER VISTO CLICKANDO NESTE LINK
Este relatório foi elaborado pela Transparência Internacional, uma organização de que o Centro de Integridade Pública faz parte, e é lançado num dia em que se assinala o 11º aniversário do assassinato do jornalista Carlos Cardoso, que se destacou na investigação de casos de corrupção em Moçambique.