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Coreia do Norte desafia o mundo e anuncia novo teste nuclear

Coreia do Norte desafia o mundo e anuncia novo teste nuclear

A Coreia do Norte executou um teste nuclear nesta segunda-feira, que segundo Tóquio pode ter sido até quatro vezes superior ao realizado em 2006, provocando um repúdio internacional e a convocação para a tarde de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU em Nova York.

“A República Democrática e Popular da Coreia (RDPC) realizou com êxito um novo teste nuclear subterrânero em 25 de maio, como parte das medidas destinadas a reforçar suas capacidades de dissuasão nuclear”, afirma uma nota da agência oficial do regime KCNA. Pyongyang também lançou nesta segunda-feira três mísseis de curto alcance.

A agência sul-coreana Yonhap informou que a Coreia do Norte disparou três mísseis terra-ar com alcance de 131 km no sul do país. O ministério russo da Defesa confirmou que a Coreia do Norte realizou um potente teste subterrâneo, a 10 km de profundidade. “Em 25 de maio às 04H54 minutos e 41 segundos, os serviços de controle especiais do ministério da Defesa registraram na Coreia do Norte uma explosão subterrânea de potência entre 10 e 20 quilotons”, declarou o porta-voz do ministério, Alexander Drobichevski. E

m 2006, o ministério russo da Defesa calculou a potência do primeiro teste nuclear norte-coreano entre 5 e 15 quilotons. A Agência Meteorológica Japonesa anunciou que o teste nuclear foi quatro vezes mais potente que o primeiro teste de 2006. “A atividade sísmica detectada hoje foi de de 5,3 graus, enquanto a do teste nuclear anterior alcançou 4,9 graus”, disse Yasuo Sekita, diretor da agência.

“O impacto de um tremor se multiplica a cada 0,2 grau de magnitude. Isto quer dizer que o nível de energia do teste nuclear desta segunda-feira foi quatro vezes superior ao do teste anterior”, completou. A Comissão Preparatória da Organização para a Proibição de Testes Nucleares (CTBTO) informou que o teste desta segunda-feira aconteceu a menos de dois quilômetros do local em que o país executou o primeiro teste nuclear em outubro de 2006.

Segundo instrumentos de detecção da Comissão, o tremor aconteceu às 0H54 GMT (21H54 de Brasília, domingo), apesar da CTBTO não ter conseguido estabelecer oficialmente a natureza nuclear ou não do tremor registrado. Baek Seung Joo, especialista do Instituto de Análise de Defesa Coreano de Seul, afirmou à AFP que “a potência desta explosão é comparável a das bombas que caíram sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945”.

A notícia do novo teste atômico norte-coreano provocou uma reação de repúdio imediata da comunidade internacional. O presidente americano Barack Obama condenou o que considerou “uma ameaça para a paz” e pediu uma “ação da comunidade internacional”. “Estas ações, que não são uma surpresa dadas as declarações e as ações até este momento, são um tema grave que envolve todas as nações”, afirmou Obama em um comunicado divulgado pela presidência.”As tentativas norte-coreanas de desenvolver armas nucleares, assim como seu programa de mísseis balísticos, constituem uma ameaça para a paz e a segurança internacional”, completa a nota.

Moscou advertiu Pyongyang que a ação representa uma escalada no nordeste da Ásia e ameaça a segurança da região. A China, que manteve silêncio por várias horas, condenou o teste norte-coreano e pediu a Pyongyang que “interrompa qualquer ação que possa inflamar a situação”. O porta-voz do governo japonês, Takeo Kawamura, considerou o teste “absolutamente inaceitável”, enquanto o primeiro-ministro Taro Aso convocou uma reunião de emergência do gabinete.

“O Japão adotará ações severas”, completou Kawamura. Em Seul, o governo da Coreia do Sul afirmou que o teste constitui uma grave ameaça para a paza regional e para a estabilidade da península da Coreia e o nordeste da Ásia, além de um grande desafio ao regime internacional de não proligeração.

Na Dinamarca, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se declarou “profundamente preocupado” e afirmou que acompanha a situação de perto, antes da reunião de emergência do Conselho de Segurança convocada para esta tarde em Nova York a pedido do Japão. O chefe da diplomacia europeia, Javier Solana, considerou o teste um “ato irresponsável”, que merece uma resposta firme da comunidade internacional”.

Também reagiram contra o teste nuclear norte-coreano Grã-Bretanha, França, Suécia, Noruega, Itália e Índia. Estados Unidos, China, Japão, Rússia e Coreia do Sul iniciaram em 2003 negociações com a Coreia do Norte para tentar persuadir o regime comunista de Pyongyang a abandonar o programa nuclear, em troca de uma ajuda no setor energético.

Em 2007 as partes assinaram um acordo, segundo o qual Pyongyang desmantelaria as instalações nucleares, mas o mesmo nunca foi concretizado. Atualmente as conversações estão bloqueadas, suspensas por Pyongyang.

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