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Congoleses votam para eleger novo Presidente

Mais de 30 milhões de eleitores foram chamados às urnas esta segunda-feira, na República Democrática do Congo (RDC), para eleger um novo Presidente da República entre 11 candidatos, incluindo o chefe de Estado cessante, Joseph Kabila. Kabila e o seu opositor histórico, Etienne Tshisekedi, são apontados como os principais concorrentes presidenciais num escrutínio a decorrer em simultâneo com a eleição de 500 deputados de uma lista de 18 mil 386 candidatos de 50 formações políticas e independentes.

Na véspera destas eleições, a capital, Kinshasa, e todo o território nacional observaram um domingo surpreendentemente calmo após mais de quatro semanas de campanha eleitoral manchada por vários incidentes, que faziam recear atos de violência durante e após a votação, sobretudo no dia do anúncio dos resultados, a 6 de dezembro próximo.

O fim da campanha eleitoral sábado foi marcado por violentos confrontos, resultando em pelo menos dois mortos e mais de 20 feridos, entre os apoiantes dos dos principais candidatos. Esta situação levou as autoridades a proibir a concentração de multidões nos locais onde os dois principais pretendentes deviam organizar os seus últimos comícios populares, igualmente anulados pela Câmara Municipal de Kinshasa.

Domingo, após uma noite de sábado sombria, na sequência dos incidentes do dia, a jornada foi de orações por eleições pacíficas. Todos os cultos e missas da manhã foram dedicados às eleições. Padres e pastores rezaram para que o dia de segunda-feira seja pacífico. No período da tarde, durante um culto ecuménico, na catedral protestante de Kinshasa, longas sessões de orações foram organizadas pelas principais confissões religiosas da cidade, na presença de embaixadores de países estrangeiros, personalidades políticas congolesas, delegações de observadores e uma membros da Comissão Eleitoral Nacional Indepdentente (CENI). Rezou-se para que « o dia de segunda-feira ocorra calmamente, sem violências ».

Num comunicado de imprensa, o governador da cidade de Kinshasa, André Kimbuta Yango, que anulou os últimos comícios da campanha eleitoral, sábado, assegurou que “as eleições decorrerão na calma”, agourando um futuro de paz como o deseja a maioria de Congoleses e que os pastores das confissões religiosas traduziram em ato plantando árvores para a paz, no termo do culto ecuménico.

ONU pede moderação na véspera da eleição no Congo

Entretanto organizações internacionais pediram calma na véspera da eleição presidencial da República Democrática do Congo, depois de uma disputa manchada por confrontos e atrasos. Há temores de que o país centro-africano não esteja preparado para sua segunda disputa presidencial pós-guerra. Além disso, crescem as preocupações sobre qual seria o impacto de uma votação problemática aos esforços de estabilizar a nação produtora de minérios.

A missão de observação da UE acusou a polícia de negar ao principal rival do presidente Joseph Kabila, Etienne Tshisekedi, o direito de fazer sua campanha na capital depois que ele foi detido pelas forças de segurança no aeroporto no sábado. A polícia já havia proibido comícios depois que a violência se espalhou pela capital Kinshasa. O número de mortos confirmado da violência de sábado subiu para três, segundo fontes dos direitos humanos da ONU. Tshisekedi acusou atores internacionais, incluindo o chefe da missão das Nações Unidas no Congo, de estarem contra ele, e disse que, como seu comício foi proibido no sábado, ele faria outro no domingo. “A comunidade internacional apoiou a pior ditadura da África (no Congo) por 51 anos”, disse, acrescentando que o chefe da missão da ONU Roger Meece, um ex-embaixador dos EUA no Congo durante a última eleição, deveria renunciar.

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