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Confrontos em Omã deixam dois mortos

A polícia de Omã atirou balas de borracha em manifestantes que atiravam pedras exigindo uma reforma política este domingo, matando duas pessoas. Os protestantes atearam fogo em edifícios do governo e incendiaram carros, segundo testemunhas. O problema na cidade industrial de Sohar foi um raro sinal de descontentamento no normalmente calmo sultanato do Golfo Árabe, e segue a onda de protestos pró-democracia em todo o mundo árabe.

De acordo com testemunhas, mais de 2 mil manifestantes se reuniram na Praça Sohar, no litoral norte, pelo segundo dia, antes que a polícia tentasse dispersá-los, primeiro com bombas de gás lacrimogêneo e cassetetes e depois atirando com balas de borracha. “Duas pessoas morreram depois que a polícia disparou balas de borracha contra a multidão”, disse à Reuters, de Sohar, uma testemunha que não quis se identificar.

Outra testemunha disse que a polícia usou munição de verdade, mas isso não pôde ser confirmado.

Soldados posicionaram-se na área, mas não interferiram, segundo testemunhas.

O Sultão Qaboos bin Said, tentando aliviar as tensões em Omã, país aliado dos Estados Unidos, reformulou o seu gabinete no sábado, uma semana depois de um pequeno protesto na capital Muscat.

Ele está no poder há quatro décadas, exercendo poder absoluto. Os Partidos políticos são proibidos.

Um jornalista da Reuters em Sohar disse que o escritório local do Ministério do Trabalho estava em chamas. A fumaça aumentava sobre uma praça que tem sido o centro dos protestos.

Testemunhas disseram que a principal esquadra da polícia e outro prédio do governo estavam em chamas.

A agência de notícias estatal de Omã disse que tumultos em Sohar haviam destruído propriedades públicas e privadas. A agência não falou em nenhuma morte. “A polícia e as unidades antitumulto agiram contra um grupo subversivo para proteger os cidadãos e seus bens, o que deixou alguns feridos”, conforme a agência de notícias.

Omã é um país exportador de petróleo que não pertence à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), com fortes ligações militares e políticas com Washington. O Sultão Qaboos depôs o seu pai num golpe palaciano, em 1970, para acabar com o isolamento do país e usar a receita conseguida através do petróleo para modernizar Omã.

Ele nomeia o ministério e, em 1992, criou o Conselho Shura, com 84 membros. Vinte e cinco deles, insatisfeitos com a maneira com que as autoridades lidaram com os protestos em Sohar, pediram que o governo faça uma reunião para que discutam suas preocupações, disse um membro do conselho.

Os protestos também aconteceram na cidade de Salalah, onde um pequeno grupo de manifestantes está acampado desde sexta-feira, perto do escritório do governador da província.

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