Um confronto entre quadrilhas matou pelo menos 16 reclusos numa prisão venezuelana, no último derramamento de sangue a afligir o sistema penal notoriamente superlotado do país, afirmou o governo, esta terça-feira (17).
O governo diz que o contrabando de armas por guardas corruptos permitiu que os presos fortemente armados controlassem de forma eficaz algumas instalações. As prisões na Venezuela abrigam três vezes mais reclusos do que a capacidade, e os tiroteios são comuns.
Mas o número de mortos pela violência que eclodiu na Segunda-feira entre dois grupos de reclusos na prisão de Sabaneta, na cidade de Maracaibo, era maior do que o habitual. “É lamentável que ainda há algumas pessoas que não têm sequer o menor respeito pela vida”, disse a ministra de Assuntos Penitenciários, Iris Varela, a repórteres.
“Eles estavam a planear uma guerra interna (em Sabaneta)… e agora eles estão a agir como se nada tivesse acontecido”, disse ela, referindo-se às “máfias” que executam negócios ilícitos lucrativos na prisão. No pior incidente penitenciário dos últimos anos na Venezuela, os motins mataram pelo menos 58 pessoas em Janeiro na prisão Uribana, perto da cidade de Barquisimeto, no sudoeste do país.
As 34 prisões do país, a maioria degradada, foram projectadas para abrigar um terço dos actuais 50 mil reclusos, de acordo com grupos locais de defesa de direitos prisionais.
Muitos dos presos estão armados e centenas são mortos a cada ano em motins e tiroteios. Um cerco de um mês ocorreu em 2011 na prisão de El Rodeo, nos arredores da capital, Caracas, quando 22 reclusos morreram antes de 5 mil soldados conseguirem restaurar a ordem na instalação prisional.