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Conflitos podem forçar deslocamento de metade da população do Sudão do Sul

A ONU alertou nesta quinta-feira que metade da população do Sudão do Sul pode ser forçada a fugir de suas casas durante este ano pelo conflito armado, o que pode provocar a segunda pior crise de refugiados após a causada pelo genocídio em Ruanda.

“Se as coisas não mudarem antes do final do ano, haverá mais de 3 milhões de refugiados. E a situação dos deslocados – atualmente um terço da população – não parece que irá melhorar”, advertiu em coletiva de imprensa o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Filippo Grandi.

“O Sudão do Sul tem uma população de 12 milhões de pessoas e estamos falando que metade da população talvez já não esteja vivendo em suas casas”, afirmou.

O conflito, que entra em 2018 no seu quinto ano, já deixou quase 2,5 milhões de refugiados, forçou o deslocamento de um terço da sua população e fez com que 7 milhões de pessoas necessitassem ajuda humanitária.

O Acnur fez uma chamada à cooperação internacional para juntar 1,5 bilião de dólares norte-americanos para atender os refugiados que tiveram que fugir aos países vizinhos e outros 1,7 bilião dólares norte-americanos para os que necessitam de assistência dentro do país africano.

Grandi admitiu que é uma quantia muito grande de dinheiro, mas que é “o preço que a guerra gerou”, e que não é nada se comparado com os US$ 15 trilhões gastos a nível mundial pelos países nas guerras.

O conflito no Sudão do Sul explodiu em dezembro de 2013 entre as forças leais ao presidente, Salva Kiir, da etnia dinka, e as leais ao então vice-presidente, Riek Machar, da tribo nuer, que foi acusado de orquestrar um golpe de Estado contra o governante.

O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados agradeceu também o esforço feito pelos países vizinhos do Sudão do Sul para acolher as pessoas que fogem do conflito.

A 24 de dezembro, entrou em vigor o cessar-fogo estipulado em Adis Abeba entre o Governo e as principais facções rebeldes sul-sudanesas, com a supervisão da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento no Leste da África (IGAD) que atua como mediadora no conflito.

Com esta pausa nos combates, a instituição tentou reativar o acordo de paz assinado pelo Governo e a oposição em agosto de 2015, também na capital etíope, e deter assim a escalada da violência, que aumentou nos passados meses em vários pontos do país.

Este pacto apenas se manteve vigente algumas horas antes de novos enfrentamentos entre combatentes de ambos os grupos em diversas zonas do país.

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