Os activistas da justiça climática, começaram as preparações para o COP17, com a conferência intitulada “ A semana da Energia Suja” que decorreu em Durban de 21 a 25 de Novembro, organizada pela Groundwork (ONG ambientalista Sul-Africana e parceira de longa data da Justiça Ambiental), com várias outras ONG’s, nacionais e internacionais , académicos e organizações comunitárias de base.
Debateu-se intensivamente durante toda a semana, assuntos relacionados com energia e mudanças climáticas. as chamadas energias sujas tais como: “petróleo, carvão, barragens entre outras”, os seus impactos e emissões. Os financiamentos do Banco mundial e outros bancos no apoio às energias sujas, as falsas soluções às mudancas climáticas, os mercados de carbono , e as alternativas para fontes de energia limpa.
O caso de “ Yasuni”, uma comunidade do Equador, que travou uma luta para que o petróleo existente na sua localidade ficasse no solo, serviu de exemplo como se poderá viver numa sociedade sem a dependência do petróleo.
Este foi um bom exemplo que deverá ser seguido para se conseguir “deixar o petróleo no solo e o carvão na cova”( Leave the oil on the ground and the coal on the hole) , só assim poderemos viver sem dependência das energias fosseis.
Debateu-se a questão se valia ou não a pena a sociedade civil se envolver com o processo, se não seria preferivel investir na solidariedade com os movimentos e grupos que não querem fazer parte deste processo, porque foi boicotado, e se fizermos parte dele é porque de certeza estamos a sofrer o sindroma de Stockolm (O Síndrome de Estocolmo (Stockholmssyndromet em sueco) é um estado psicológico particular desenvolvido por algumas pessoas que são vítimas de sequestro. wikipedia).
O que é certo é que de ano para ano as decisões tomadas só pioram a situação, as emissões estão cada vez mais altas e continuam a subir, enquanto se discute os linites, se deverá ser 1%, 1 ½ ou 2, ou qual a percentagem que os países desenvolvidos devem diminuir nas emissões, em 2010 as emissoes foram na ordem de 6%, o que simplesmente não é aceitável e prova a falta de vontade dos paises em resolverem realmente o problema.
A conferência terminou com um discurso de “Pablo Salon” , ex-embaixador boliviano nas Nações Unidas, um grande herói e a única voz da consciência, na COP16, em Cancun, México .
A Bolivia foi a única delegação a votar contra os resultados das negociações em Cancun, porque não avançaram para um acordo vinculativo sobre os cortes nas emissões para os países desenvolvidos, cortes esses que o planeta precisa para a sua sobrevivência de acordo com todos os cientistas respeitáveis espalhados pelo Mundo. Solón, disse que a Bolívia não se sentia sózinha em Cancun pois tinham o apoio dos movimentos populares.
Solón, ajudou a iniciar a Conferência Mundial dos povos sobre as Mudanças Climáticas, em Cochabamba, em Abril de 2010,que se tornou hoje a posição dos movimentos desafiando assim o fracasso da UNFCCC.
Solón falou sobre as “falsas soluções”, a resistência das comunidades aos projetos de energia suja, incluindo “fracking”, areias de Tar, barragens, petróleo bruto, carvão , mineração, e os chamados projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.
Depois do fecho de Salon, todos os participantes juntamente com alguns estudantes universitarios, foram fazer uma manifestação no estádio aonde se encontravam reunidos o conselho directivo do “CDM” mecanismo de credito de carbono , entoando canções e berrando “Amandla” com dísticos e vários dizeres neles. Terminou-se a manifestação cantando o hino dos activistas climáticos “ Leave the oil on the ground and the coal on the hole” – (Deixem o petróleo no solo e o carvão na cova).