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Condenada firma inglesa que subornou dois moçambicanos

A empresa inglesa “Mabey and Johnson” foi condenada por ter subornado diversos políticos e outros dirigentes estrangeiros, incluindo dois de Moçambique, para ganhar contratos da área de venda de material de construção de pontes. O jornal britânico “Guardian”, na sua edição de sábado último, refere que um antigo alto dirigente da Administração moçambicana de Estradas (ANE) terá recebido 286 mil libras (cerca de 12,6 milhões de meticais) de suborno daquela empresa britânica, em troca de favores para ganhar concursos.

Um outro moçambicano, da área de pontes e que terá alegadamente recebido 13 mil dólares da mesma firma, consta da lista de subornados que também inclui dirigentes de vários outros países tais como Angola, Madagáscar, Gana, Bangladesh e Jamaica.

A “Mabey and Johnson”, a primeira grande companhia inglesa a ser acusada de “suborno no estrangeiro”, admitiu que pagou, vezes sem conta, subornos em diversos países para ganhar contratos. John Hardy, do Gabinete de Combate a Fraude (Serious Fraud Office ‘SFO’), revelou este Sábado a um Tribunal londrino 12 nomes de dirigentes de seis países que terão recebido suborno da poderosa firma inglesa. Só no Gana, a empresa pagou uma série de subornos a cinco dirigentes, dentre eles três antigos ministros e vice-Ministros, totalizando 470 mil libras.

Mas de todos os dirigentes, o que recebeu o maior suborno, de cerca de 1,2 milhão de dólares, é António Gois, antigo Director-geral da empresa estatal de Pontes de Angola. Hardy identificou cinco nomes de ganeses que viajaram até Grã-bretanha para levantar somas em dinheiro (de entre 10 mil a 55 mil libras) em estabelecimentos bancários de Londres e Watford.

Ele disse também que, durante oito anos, a firma britânica desembolsou cem mil libras para “comprar favores” de Joseph Hibbert, um oficial chave do governo jamaicano na adjudicação de contratos. O Tribunal ficou a saber como esta empresa pertencente a uma das famílias mais ricas do Reino Unido pagou subornos totalizando um milhão de libras a políticos e oficiais estrangeiros para, em troca disso, exportar encomendas avaliadas entre 60 e 70 milhões de libras, através de intermediários secretos. A família Mabey acumulou riqueza avaliada em mais de 200 milhões de libras por vender pontes de aço a nível do mundo.

A sua empresa chegou a violar as sanções das Nações Unidas, ao pagar ilegalmente cerca de 363 mil libras ao governo de Saddam Hussein de 2001 a 2002. A condenação da “Mabey and Johnson” é considerada como um marco histórico do governo inglês que tem sido fortemente criticada por não processar qualquer empresa do Reino Unido por casos de suborno.

A empresa, que se confessou culpada, irá pagar 6,5 milhões de libras, incluindo em multas e reparações de danos causados a governos estrangeiros. Por outro lado, a Direcção da empresa garante que já operou reformas, tendo, na sequência dessas medidas, se livrado de cinco funcionários executivos. “Esta é uma nova empresa. Já não é aquela que fez esses pagamentos”, disse Timothy Langdale, da “Mabey and Johnson”

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