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Concretizou-se o sonho do João

Concretizou-se o sonho do João

“O último voo do Flamingo”, película baseada no romance homónimo de Mia Couto, é a primeira longa-metragem de João Ribeiro, que é simultaneamente realizador e co-produtor do filme em parceria com Luís Galvão Teles da produtora portuguesa ‘Fado Filmes’. João confessou, na apresentação, que o início das filmagens era a concretização de um sonho que durou nove anos. O orçamento ronda o milhão de euros.

“O João sonhou com este filme. Esse sonho tornou-se realidade, estamos agora aqui a arrancar com ele, e ao mesmo tempo agora é que o sonho vai recomeçar. Esta realidade vai passar a ser sonho outra vez, porque fazer o filme e vivê-lo é o cumprir desse sonho”. Foi desta forma que o co-produtor Luís Galvão Teles resumiu o desafio que todos têm pela frente na apresentação do filme “O último voo do Flamingo” que decorreu esta segunda-feira no Hotel Girassol, em Maputo.

Efectivamente, o sonho do realizador João Ribeiro, que teve início há nove anos, tornou-se realidade desde ontem quando começaram as filmagens de “O Último Voo do Flamingo”, película baseada no romance homónimo do escritor moçambicano Mia Couto. Esta é a primeira longa-metragem de João Ribeiro que é simultaneamente realizador e produtor, embora a produção seja em parceria com Luís Galvão Teles, da produtora portuguesa ‘Fado Filmes’. A película, cujas filmagens estão previstas durar seis semanas, será rodada na vila de Marracuene, a 45 quilómetros de Maputo. Marracuene pretende ser Tizangara, uma pequena vila perdida no interior de Moçambique. “Escolhemos Marracuene porque, tal como Tizangara, está um pouco parada no tempo. Entre a reconstituição e a destruição, está ali no meio. Possui todos os condimentos que na história Tizangara tem: recebe muita influência da cidade mas não está na cidade, sofreu com a guerra mas não ficou destruída por ela, está ali no meio”, explica João Ribeiro que garante que haverá muita envolvência com a comunidade local, mesmo a nível de figuração. O mote para o filme, cuja acção decorre pouco depois da assinatura do Acordo de Paz de Roma (1992), é dado por cinco misteriosas explosões que matam outros cinco soldados da força de manutenção da paz da ONU. As provas resumem-se a pénis decepados e a emblemáticos capacetes azuis. Este é o ponto de partida para a enigmática investigação conduzida pelo oficial designado pelas Nações Unidas, o italiano Massimo Risi. Em relação aos demais actores, destacam-se os moçambicanos Eliot Alex, Gilberto Mendes, Mário Mabjaia, Cândida Bila, Alberto Magassel, Matias Xavier e Eduardo Gravata; a portuguesa Cláudia Semedo e a brasileira Adriana Alves.

Ribeiro fez questão ainda de dizer que “o filme, pelas suas próprias dinâmicas e pelo seu formato, não será o livro do Mia. Tivemos que fazer opções dramáticas, estéticas e de produção em que num livro o autor da obra escrita não tem de pensar. Será uma nova visão, porque cada um de nós é um autor no momento em que choca com a obra. Não espero fazer um filme igual ao livro. Nos diálogos, não temos muitas opções: iremos seguramente buscá-los ao livro”, esclareceu.

Um mês e meio é a previsão de tempo destinado à pós-produção e o realizador pretende estrear o filme, que está orçamentado em um milhão de euros, em Dezembro próximo. “Era uma excelente prenda de Natal para todos nós”, refere, entre risos, Ribeiro.

O financiamento, que virá fundamentalmente de Portugal, França e Brasil, ainda não está todo reunido. “Não tem sido fácil reunir este valor (um milhão de euros). Este montante ainda está em construção. Já temos dinheiro assegurado até à fase da pós-produção mas ainda falta algum”, revela Ribeiro.

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