Pelo menos 37 mulheres morreram, ano passado, nas diversas unidades sanitárias da província de Gaza, alegadamente devido às complicações durante o parto. A hemorragia antes e depois do parto, entre outras patologias, aliadas à chegada tardia das parturientes às maternidades, é apontada como sendo uma das principais causas das mortes.
No mesmo período, o sector da Saúde, em Gaza, registou cerca de 37 mil partos assistidos nas diferentes unidades sanitárias existentes na província, contra mais de 38 mil partos de igual período anterior, segundo revelou a chefe do departamento de planificação na Direcção Provincial de Saúde em Gaza, Blássua Simango.
A fonte apontou, igualmente, a pobreza, o baixo nível de escolaridade da mulher, práticas culturais prejudiciais, deficientes redes de comunicação e transporte, bem como o desequilíbrio de género como sendo outros dos factores que concorreram para o registo das mortes maternas na província.
Simango explicou que a situação preocupa o sector da Saúde, pelo que, segundo garantiu, já foi criado um comité de investigação das complicações obstétricas.
Frisou que a redução das mortes passa necessariamente pelo envolvimento de toda a sociedade na sensibilização da mulher grávida a aderir às consultas pré-natais e o uso de casas de mãe espera existentes na província.
“De todas as mortes maternas registadas no ano passado em Gaza são resultantes de causas evitáveis. Muitas mulheres grávidas chegam tarde às maternidades, alegadamente porque antes devem seguir os rituais tradicionais, havendo outras que não podem se fazer às unidades sanitárias sem a autorização dos seus maridos e/ ou familiares”, indicou Simango.
Aliás, um estudo do Ministério da Saúde, tornado público em 2010 refere que, no país, pelo menos 11 mulheres morrem por dia e 3840 morrem por ano devido a complicações de gravidez e parto.