A gerência da Companhia de Sena que explora a fábrica de açúcar e campos de plantação de cana sacarina no distrito de Marromeu, na província de Sofala, acaba de confirmar o despedimento de três trabalhadores estrangeiros devido ao mau relacionamento com colegas de nacionalidade moçambicana.
Segundo soube “O Autarca” de fonte sindical da empresa, os três trabalhadores estrangeiros ora expulsos todos ocupavam cargos de chefia e durante o exercício das suas funções foram várias vezes denunciados pelos colegas de nacionalidade moçambicana de uso abusivo do grau de superioridade a mistura com comportamentos racistas.
Trata-se dum director de serviços, segurança e construção civil, identificado como sendo de nacionalidade zimbabwena; o segundo era chefe de manutenção da fábrica, de nacionalidade sul africana; e o terceiro desempenhava as funções de chefe de máquinas pesadas agrícolas, de nacionalidade zimbabweana.
Todos eles são de raça branca. A confirmação da expulsão daqueles estrangeiros foi graças a pressão exercida à direcção da empresa pelo comité sindical local, órgão que exigiu para que não fosse tomada outra medida se não o seu despedimento.
Segundo o jornal “O Autarca”, existe ainda um quarto trabalhador estrangeiro na empresa em vias de também ser expulso devido às mesmas manifestações.
A fonte sindical da Companhia de Sena que revelou essa informação explicou que todos os dias os trabalhadores moçambicanos vinham queixando-se das atitudes daqueles estrangeiros que não respeitavam os nacionais.
“Muitas vezes chamavam-nos de pretos e nunca prestavam atenção às nossas preocupações” – afirmou a fonte, tendo a seguir saudado a posição da empresa de expulsá-los sem que fosse necessária uma decisão compulsiva do Ministério do Trabalho como tem acontecido noutras empresas.
Segundo a fonte, o problema de relacionamento entre aqueles trabalhadores estrangeiros e os nacionais já era do domínio do governo e particularmente das autoridades do trabalho.
“Várias vezes tivemos encontro com representantes da direcção provincial do Trabalho e nos queixamos sempre da falta de respeito aos nacionais imposta por aqueles trabalhadores. Eles sempre anotaram a nossa preocupação e deram garantia de que um dia o problema teria solução” – referiu a fonte, exigindo, entretanto, celeridade e tomada da mesma decisão em relação ao quarto trabalhador estrangeiro mal comportado que ainda resta na empresa.
A Companhia de Sena, refira-se, representa um dos maiores empreendimentos económicos na província de Sofala. Constitui, paralelamente, um dos maiores empregadores ao nível de Sofala e do país em geral, oferecendo cerca de sete mil postos de trabalho, na sua maioria ocupados por nacionais.
Nos últimos tempos tem sido frequente reportar-se casos de expulsão de trabalhadores estrangeiros no país devido ao mau relacionamento com colegas nacionais.
Na maioria dos casos a expulsão tem sido decidida pela Ministra do Trabalho, após verificar-se reincidência e encobrimento por parte de entidades patronais.